bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.comSua dose diária de inteligência financeiraTue, 05 Dec 2023 22:38:23 0000pt-BRhourly1https://www.tangerangcorner.com/wp-content/uploads/2020/01/Investnews-logo.pngbwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com3232bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/criptonews/microstrategy-faz-maior-compra-em-btc-de-anos-qual-plano-de-michael-saylor/Tue, 05 Dec 2023 22:23:15 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542683MicroStrategy faz maior compra em BTC de anos: qual plano de Michael Saylor?

* ARTIGO

AMicroStrategy, empresa que ficou mais conhecida nos últimos anos como a maior detentora institucional de bitcoin (BTC) do mundo, se deu um presente de Natal antecipado: fez uma das maiores compras de BTC da sua história

Na última quinta-feira (30), Michael Saylor, co-fundador da MicroStrategy e um dos maiores entusiastas de bitcoin da atualidade, anunciou que a empresa comprou mais US$ 593,3 milhões em BTC a um preço de US$ 36.785 por moeda um dia antes, o que representa uma soma adicional de 16.130bitcoins ao seu — robusto — portfólio. 

“A MicroStrategy adquiriu mais 16.130 BTC por ~$593,3 milhões a um preço médio de $36.785 por bitcoin . A partir de 29/11/23, MicroStrategy tem agora 174.530 $BTC adquiridos por ~$5,28 biliões a um preço médio de $30.252 por bitcoin.”, escreveu ele na plataforma X, antigo Twitter.

Michael Saylor divulga nova compra de BTC pela MicroStrategy, no valor de quase US$ 600 milhões. (Imagem: divulgação na plataforma X)

Agora, o estoque total da MicroStrategy equivale a cerca de 7,3 bilhões de dólares na cotação atual da moeda. Com base no preço médio das compras, a MicroStrategy já soma aproximadamente 40% de lucro.

Ainda em novembro, Saylor havia anunciado que a empresa havia comprado mais US$ 5,3 milhões em bitcoin, valor que representa 155 BTC. 

“Em outubro, MicroStrategy adquiriu um adicional de 155 BTC por $5,3 milhões e agora detém 158.400 BTC”, escreveu.

Bitcoin e MicroStrategy: deu ‘match’

Desde que anunciou que iria adotar o bitcoin como ativo de reserva de valor em agosto de 2020, fazendo um investimento inicial de US$ 250 milhões na criptomoeda, a MicroStrategy tem comprado constantemente grandes quantidades da BTC.

Segundo dados do Buy Bitcoin World Wide, a maior compra de bitcoin feita pela MicroStrategy foi de 19.452 BTC, realizada em fevereiro de 2021, no valor de aproximadamente US$ 1 bilhão.

Em dezembro de 2020 a empresa já tinha feito outra compra relevante, quando já tinha acumulado 29.646 bitcoins por US$ 650 milhões, montante um pouco superior aos quase US$ 600 milhões do último aporte.

Mas além dessas, outras diversas compras menores já foram realizadas ao longo destes 3 anos de holding de BTC pela empresa. No geral, foram 26 compras.

Panorama histórico da compra de bitcoin pela MicroStrategy (Imagem: Reprodução / Gráfico elaborado por usuário no TradingView)

A única vez que a MicroStrategy vendeu bitcoinfoi em 22 de dezembro de 2022. Na ocasião, foram vendidos 704 BTC por um total de cerca de US$ 11,8 milhões. O motivo da venda, de acordo com documentos registrados na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), foi puramente fiscal

Ainda segundo o comunicado da empresa, a venda foi realizada apenas para compensar o lucro de outras operações, e não como “desistência” da criptomoeda. Não à toa, a MicroStrategy voltou a comprar outros 810 BTC dois dias após ter vendido os 704 BTC.

O gráfico abaixo mostra a evolução do preço do bitcoin desde que a MicroStrategy começou a comprá-lo pela primeira vez. Cada círculo representa um evento de compra de BTC pela empresa. Quanto maior o círculo, mais moedas eles conseguiram comprar naquele evento.

Quantidade de BTC adquiridos pela MicroStrategy com base no preço da moeda. (Imagem: Gráfico elaborado pela Ecoinometrics)

Quais os planos de Saylor?

Criado há 14 anos valendo nada mais do que zero centavos, o bitcoin já é o nono ativo com maior valor de mercado do mundo. Não obstante, nas três últimas décadas, se destacou como o ativo líder em valorização, superando significativamente todos os outros. 

Um exemplo desse potencial é o desempenho do ETF QQQ, o segundo ativo com melhor performance no período de 2011 a 2023, que registrou um ganho de aproximadamente 613%. Em contraste, o bitcoin apresentou uma impressionante valorização de 11.207.985% durante o mesmo intervalo.

Além disso, ao ficar acima dos US$ 42 mil nesta terça-feira (5), o bitcoin atingiu um valor de mercado de US$ 828,95 bilhões. Assim, a recente valorização do bitcoinfez com que ele ultrapassasse gigantes, incluindo a Tesla de Elon Musk, Berkshire Hathaway de Warren Buffett e também a Meta, antigo Facebook, de Mark Zuckerberg, em valor de mercado. Assim, a próxima empresa a ser batida é a Nvidia, que está valendo US$ 1,12 trilhão.

Bitcoin alcança os US$ 42 mil e supera Berkshire Hathaway, Tesla e Meta em valor de mercado. (Imagem: Reprodução/analisador de dados 8marketcap)

Um dos principais fatores que impulsionam o preço do bitcoin é a aproximação do halving do bitcoin. Esperado para o fim de abril de 2024, o evento reduzirá a recompensa dos mineradores pela metade, diminuindo a taxa de inflação da moeda. Portanto, com possível alta na demanda e queda na oferta, é possível que o bitcoin se valorize cada vez mais ao longo do tempo, deixando seu topo de US$ 69 mil — muito — para trás.

Sendo assim, ainda que já tenha feito anteriormente, a MicroStrategy adquire bitcoins sem perspectiva de vendê-los. Como pontuado em nota, a empresa acredita e confia no potencial de longo prazo da criptomoeda, tal como seu histórico de ganhos ao longo do tempo vem demonstrando. 

“Nosso compromisso de adquirir e manter bitcoin permanece forte, especialmente com o cenário promissor de potencial aumento da adoção institucional”, disse Andrew Kang, diretor financeiro da MicroStrategy, na nota de divulgação dos resultados do Q3 2023 da empresa. 

Michael Saylor transformou essencialmente seu negócio de software em uma holding de bitcoin. E isso é essencialmente uma dupla alavancagem no bitcoin:

  • A maior parte do valor da empresa é armazenada em BTC.
  • O preço das ações da MSTR está basicamente seguindo os movimentos de preços da criptomoeda.

Dada a enormidade de seu tesouro de bitcoin, o desempenho das ações da MicroStrategy espelhou o aumento do token em 2023, com as ações subindo 320% este ano.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/economia/pib-brasileiro-surpreende-mais-uma-vez-mas-o-que-conta-e-a-direcao/Tue, 05 Dec 2023 14:55:46 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542653PIB brasileiro surpreende mais uma vez, mas o que conta é a direção

A economia brasileira surpreendeu mais uma vez. Depois de contrariar as expectativas no primeiro e no segundo trimestres deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil manteve o script e cresceu 0,1% entre julho e setembro em relação ao período anterior – indo novamente na contramão das previsões, que eram de queda de 0,2%, conforme consenso do mercado. 

Vendedor manuseia mercadorias no Ceasa em Brasília 09/05/2023 REUTERS/Adriano Machado

Além disso, a revisão do resultado trimestral do trimestre passado, de alta de 0,9% para 1%, fortalece ainda mais a surpresa desta terça-feira (5). Mas, apesar de errarem nos números, os economistas acertaram em uma coisa: a atividade econômica desacelerou. E essa perda de tração deve, em algum momento, interromper a sequência de três taxas positivas consecutivas do PIB. 

“O PIB do Brasil teve um desempenho melhor que o esperado no terceiro trimestre, mas o panorama geral é que o forte crescimento observado no primeiro semestre do ano chegou ao fim”

William Jackson, economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics, em relatório

Portanto, há um consenso de que o sentido da economia brasileira é o mesmo e aponta para baixo. A dúvida, porém, é se isso irá acontecer já neste quarto trimestre ou se ainda dá para “salvar” a economia antes do fim do ano. 

Para Jackson, da Capital Economics, é difícil prever o que acontecerá no quarto trimestre deste ano, dada a volatilidade da produção no setor agrícola. Aliás, o PIB do agro caiu 3,3% no trimestre passado no confronto com o período anterior, mostrando um desempenho ainda expressivo da agropecuária, apesar do fim dos efeitos da supersafra.

O que surpreendeu?

De um modo geral, os números do PIB do terceiro trimestre mostram a resiliência da economia brasileira em 2023, na avaliação de especialistas. Enquanto, do lado da oferta, os setores industrial e de serviços compensaram o recuo da agropecuária; do lado da demanda, o consumo das famílias teve impacto positivo.

Fábrica de veículos em Iracemápolis, SP 27/04/2023 REUTERS/Carla Carniel

Para o economista e sócio da Matriz Capital, Vinicius Moura, os dados do PIB brasileiro no terceiro trimestre refletem uma dinâmica variada da economia, com alguns setores com crescimento robusto enquanto outros enfrentam obstáculos. “A economia parece ter alguns pontos fortes, mas também tem desafios”, resume. 

Além disso, o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, destaca que os setores que tiveram desempenho mais favorável estão entre aqueles que especialistas têm mais dificuldade de acompanhar, a exemplo do agro, conforme citado acima. “Mas olhando os dados de oferta e também pela ótica da demanda, os dados são mais condizentes com um cenário de PIB fraco”, emenda.

Desaceleração anunciada

Com isso, o desempenho surpreendente entre julho e setembro deve levar a uma nova rodada de revisões para cima do crescimento do PIB no acumulado de 2023. Aliás, esse movimento já havia sido visto após o crescimento acima do esperado entre abril e junho.  

O BTG Pactual, por exemplo, já avisou em relatório que irá enviar em breve as novas projeções para o PIB de 2023, após a divulgação dos dados nesta terça. Até então, a previsão do banco era de expansão de 2,7%, que deve então ser revista para cima.

Para Moura, da Matriz Capital, essas revisões podem ter um impacto significativo nas projeções para o PIB do ano, especialmente se mostrarem mudanças substanciais nos números, ao invés de serem ligeiras diferenças nas casas decimais. 

Colheita de soja em fazenda de Ponta Grossa, no Paraná 25/04/2023 REUTERS/Rodolfo Buhrer

O economista André Perfeito, por exemplo, revisou em leve alta a estimativa para o PIB em 2023, passando de 3% para 3,1%. Para os últimos três meses deste ano, a expectativa da consultoria que ele representa é de alta de 0,3%, no confronto trimestral. 

Segundo Perfeito, a melhora na previsão deve-se ao setor externo mais forte que o inicialmente esperado. Além disso, a massa salarial real em alta e os efeitos defasados da queda dos juros contribuem para um cenário mais positivo nesta reta final de 2023. 

“A alta reiterada da massa salarial reforça a perspectiva de crescimento e aponta para uma melhor irrigação do tecido econômico, que irá se beneficiar também da queda continuada da Selic nos próximos meses”

André Perfeito, economista, em comentário

Já para 2024, o economista manteve a projeção de crescimento de 2%. Isso significa que a economia brasileira está entrando em uma fase de crescimento mais fraco.

Para Jackson, da Capital Economics, a previsão de crescimento para 2024, de 0,8%, deve ser revisada para cima. “Mas o crescimento deve se estabilizar em taxas mais semelhantes às registradas nos anos anteriores à pandemia, entre 1% e 1,5%”, completa o economista de mercados emergentes da consultoria norte-americana.

Ou seja, por mais que tragam certo otimismo, os números do PIB ainda não denotam um crescimento estruturalmente robusto da economia, conforme avalia a Ativa Investimentos. Ainda mais para 2024, observam os economistas Guilherme Sousa e Étore Sanchez, que revisaram a alta deste ano de 2,5% para 2,9%, e também a perspectiva do PIB em 2024, de 1,3% para 1,5%.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/economia/pib-cresce-01-no-3o-trimestre-contrariando-projecoes/Tue, 05 Dec 2023 12:14:25 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542602PIB cresce 0,1% no 3º trimestre contrariando projeções

O Produto Interno Bruto (PIB) subiu 0,1% no 3º trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal, segundo divulgou nesta terça-feira (05) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A projeção consensual era de uma retração de 0,2%. Em valores correntes, o PIB do período totalizou R$ 2,741 trilhões.

Em comparação com igual trimestre de 2022, o PIB cresceu 2%.

No acumulado nos quatro trimestres até setembro deste ano, o PIB cresceu 3,1%, frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

Já o acumulado do ano registrou crescimento de 3,2% frente ao mesmo período de 2022. Nessa comparação, os setores de agropecuária (18,1%), indústria (1,2%) e serviços (2,6%) ficaram no campo positivo. Quanto a serviços, atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados tiveram alta de 7%. 

A variação no 3º trimestre

O setor de serviços e indústria avançaram 0,6%, enquanto agropecuária recuou 3,3%. Segundo o economista, Andre Perfeito, a queda do agro não pode ser considerado uma queda de fato, uma vez que na comparação anual o setor sobe de forma “robusta”.

“A surpresa ficou pelo comportamento melhor que o esperado para serviços e indústria que tem peso maior no valor adicionado ao PIB (agropecuária adiciona pouco valor em si, mas movimenta cadeias longas nos serviços e indústria)”, aponta Perfeito.

Agro. Crédito: Adobe Stock

Segundo o IBGE, no setor de serviços, a variação positiva foi puxada por atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,3%), atividades imobiliárias (1,3%), informação e comunicação (1%), outras atividades de serviços (0,5%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%) e comércio (0,3%). Por outro lado, a atividade de transporte, armazenagem e correio recuou 0,9%.

Quanto as atividades industriais, as variações foram positivas em indústrias extrativas (0,1%) e das indústrias de transformação (0,1%). Já a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos cresceu 3,6% e a construção recuou 3,8%.

Ainda segundo o Instituto, pela ótica da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBFC) caiu 2,5% frente ao trimestre anterior.

A despesa de consumo das famílias subiu 1,1% puxado por auxílios governamentais e melhora no mercado de trabalho, segundo o IBGE. Já a despesa de consumo do governo variou 0,5%. Sobre este último, o economista aponta que o consumo do governo avança, “mas numa velocidade menor que no último trimestre”.

De olho no setor externo, enquanto as exportações de bens e serviços avançaram 3% no período, as importações de bens e serviços recuaram 2,1% em relação ao 2º trimestre do ano. E o dado chama a atenção. a comparação anual as importações caem 6,14% enquanto as exportações sobem 9,99%.

O resultado benigno do PIB reitera nosso cenário de alta de 3% (pelo menos) esse ano e de 2% o ano que vem.

andre perfeito, economista

O economista aponta que o otimismo se dá pelo setor externo mais forte que o inicialmente projetado, além do aumento da massa salarial real e dos efeitos defasados da queda dos juros.

“Provavelmente devemos ver uma melhora no investimento nos próximos trimestres em especial por conta de uma base de comparação muito baixa”, reitera.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/negocios/o2-filmes-entra-em-corrida-para-acelerar-ideias-de-filmes-e-series-com-ia/Tue, 05 Dec 2023 08:00:00 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542508O2 Filmes entra em corrida para acelerar ideias de filmes e séries com IA

Já estão a caminho projetos para roteiros de filmes e séries brasileiros concebidos com ajuda de inteligência artificial (AI) generativa. Empresas como a O2 Filmes passaram a utilizar chatbots para acelerar a criação de propostas para o cinema ou plataformas de streaming como Amazon Prime, Netflix e Globoplay, revelou o CEO da produtora, Paulo Barcellos.

Durante a Comic Con Experience (CCXP) 2023, em São Paulo, o executivo contou em painel, neste domingo (3), que formou uma equipe dedicada que utiliza o ChatGPT para eliminar etapas e encurtar o tempo entre a concepção de uma ideia e pesquisas para um roteiro – o que, de acordo com ele, levava muito mais tempo com trabalho humano. Às vezes, anos.

Divulgação

Barcellos disse acreditar que, em breve, a prática deva ser adotada por concorrentes e não será mais um diferencial para a O2, e sim uma ferramenta obrigatória para não ficar para trás. Ele não revelou quais produções já andaram com o auxílio da técnica.

“Sofisticar o projeto com essas ferramentas antes de chegar à etapa de venda nos dá uma vantagem enorme. E quando todo mundo começar a fazer, se você não tiver uma ideia super desenvolvida, vai ficar pra trás. É uma corrida que não sabemos se vamos ganhar, mas não vemos outra coisa que não seja correr”.

PAULO BARCELLOS, CEO DA O2 FILMES, NA CCXP 2023.

O uso do ChatGPT por empresas não é novidade, embora a ferramenta tenha sido lançada há apenas um ano. Pesquisa feita pela plataforma de comparação de softwares GetApp apontou que 78% dos funcionários brasileiros utilizam o chatbot criado pela OpenAI ao menos uma vez por dia como auxiliar na rotina de trabalho. 

Embora a IA generativa ainda seja mais usada para se ganhar tempo com pesquisa e gerar ideias mais sofisticadas no uso criativo, Barcelos enxerga que em poucos anos a tecnologia deve ser capaz de escrever sozinha não apenas bons roteiros e tradução, mas também eliminar a etapa de filmagens. “Talvez daqui a alguns anos o filme já vai sair pronto”, vislumbra.

Participantes de painel sobre uso de ia na cultura pop durante a CCXP 2023, em são Paulo.

Rodrigo Paiva, COO e VP de estratégia e operações daMicrosoftno Brasil – empresa que detém 49% da OpenAI – afirmou durante o painel que a IA generativa já possui maior conhecimento que qualquer ser humano, por ter o contexto de perfis de diferentes idades e origens. “Todo mundo já sabe como construir a jornada do herói em um roteiro. Mas tem coisas que só a IA sabe e isso pode ser uma vantagem competitiva”.

Limites éticos e regulamentação

Ainda sem regulamentação, o uso disseminado da IA na cultura pop tem gerado controvérsias sobre seus limites éticos e criativos. A preocupação com a troca de artistas por robôs é apenas uma delas.

Em novembro, uma ilustração do livro “Frankenstein”, de Mary Shelley, foi desclassificada do prêmio Jabuti, o maior da literatura brasileira, após os organizadores do evento tomarem conhecimento de que a obra havia sido 100% gerada pelo Midjourney, uma ferramenta de IA generativa para imagens.

Preocupações sobre a substituição de profissionais têm alimentado embates como o visto na greve de roteiristas em Hollywood este ano, quando escritores e atores pediram regras mais específicas para o uso de IA nas produções. A primeira disputa trabalhista envolvendo o uso da tecnologia terminou com acordos para impedir, por exemplo, que chatbots sejam creditados como autores.

Miquela Sousa, influenciadora com 2,7 milhões de seguidores criada por IA. Crédito: Reprodução Instagram

Nas redes sociais, a ascensão dos influenciadores digitais gerados por IA também tornou-se uma realidade já estabelecida. Figuras que não existem na vida real, mas que acumulam milhões de seguidores e faturam com campanhas e marcas, sinalizam uma transformação no cenário do marketing de influência. Um exemplo é Miquela Sousa, personagem criado pela empresa Brud, do Vale do Silício, com 2,7 milhões de seguidores.

Já na televisão brasileira, uma propaganda da Volkswagen veiculada em julho deste ano reproduziu a voz da falecida cantora Elis Regina por meio de inteligência artificial. O feito acendeu o alerta sobre a necessidade de regulamentar o uso de IA nas produções audiovisuais. Com isso, o senador Rodrigo Cunha criou um projeto de lei (3.592/2023) que só permite o uso de imagens de pessoas falecidas com o consentimento da família.

Geração de valor com trabalho humano

A ilustradora e cartunista Ana Luiza Koehler questionou na CCXP se ainda será possível viver de arte em um futuro próximo, quando robôs devem evoluir a ponto de ser ensinados a produzir histórias em quadrinhos por conta própria, por exemplo. Ela acredita, no entanto, que obras essencialmente humanas, à medida que ficarem mais escassas, passarão a valer mais.

“Ainda há quem faça arte com suportes materiais como tela, papel ou pedra. Os desenhos originais são peças únicas, com falhas e indícios de defeito humano que podem passar a valer muito por sua raridade”, afirmou durante o evento.

De olho no uso disseminado de ferramentas generativas, a Comic Con Experience (CCXP) vetou o uso de inteligência artificial no Artists’ Valley, espaço dedicado à exposição do trabalho de ilustradores e quadrinistas. “É proibida a venda de artes criadas exclusivamente por AI (inteligência artificial) sem que o artista comprove que é o autor do material fonte”, diz o regulamento.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/negocios/apos-veto-dos-eua-nvidia-prepara-lancamento-de-novos-chips-para-china/Tue, 05 Dec 2023 08:00:00 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542565Após veto dos EUA, Nvidia prepara lançamento de novos chips para China

Salto de 206% nas receitas, previsão de ganhos acima do esperado para o 4º trimestre e reforço da dominância em um segmento que se tornou o assunto do momento: inteligência artificial. Nem a junção desses fatores no último balanço tem sido suficiente para segurar a queda das ações da Nvidia(NVDC34) nas últimas semanas, e não somente por causa da disparada nos meses anteriores. O mercado tem se mostrado preocupado com o impacto das restrições dos Estados Unidos à China.

Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA para América Latina (Foto: Divulgação)
NVIDIA (Foto: Divulgação)

E, mesmo que mantenha o otimismo com previsão de alta nas receitas, a empresa sabe disso. Tanto que já prepara o lançamento de chips voltados para o mercado chinês, concebido para passar pelo crivo das autoridades norte-americanas antes de chegar ao país asiático. Isso porque, em meio à “guerra tecnológica” entre EUA e China, as empresas norte-americanas foram proibidas de vender tecnologia considerada estratégica ao mercado chinês – o que inclui a Nvidia e seus produtos. 

Foi o que comentou Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da Nvidia para América Latina, em entrevista ao bwin. “Vamos lançar novas GPUs (unidades de processamento gráfico) e muita otimização de softwares para continuar atendendo os mercados onde hoje nos impuseram a ordem de não vender as melhores para eles.” O lançamento ainda não foi feito oficialmente pela empresa.

“Sabemos da importância da soberania de um país, mas somos uma empresa que tem que continuar atendendo os nossos clientes e vamos fazer isso sempre.”

Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA.

Além disso, a Nvidia mira em “novas áreas” de outros mercados, com o objetivo de mitigar os impactos de uma possível queda nas receitas após a restrição dos EUA ao mercado da China. 

“Devido a essa alta demanda, a gente também tem tido uma oportunidade desses chips que até então seriam destinados aos clientes que estão na China para outras regiões”, acrescenta Aguiar, mencionando o “compromisso da Nvidia de acelerar a entrega de chips para o Japão, para outros países da União Europeia”.

Apesar de olhar para esses outros mercados, a expectativa não é compensar totalmente a suspensão do que seria vendido para a China após a restrição dos EUA, dado o tamanho daquele mercado. A ideia da Nvidia para se reinventar, então, não é focar apenas em “novos mercados”, mas principalmente em “novas áreas”. 

Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA para América Latina (Foto: Divulgação)
Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA para América Latina (Foto: Divulgação)

“A gente começou a ver, por exemplo, bancos de investimento, nunca tínhamos visto, comprando, fazendo grandes aportes de inversão nas nossas GPUs, que é para alimentar todas as empresas nas quais eles investem. Então é um novo tipo de cliente que nós nunca tivemos.”

O diretor se mostra otimista quanto à capacidade da empresa em se adaptar às novas realidades de mercado – incluindo até as questões geopolíticas que incluam determinações de autoridades. “Vamos cumprir com toda e qualquer regra imposta à Nvidia, não só a ela também a todos os parceiros do ecossistema com sanções de não poder vender para lá. E a sabemos que somos seres humanos. Aos poucos, as empresas vão se reinventando”, diz Aguiar. 

Mas os outros mercados existem 

Apesar de o foco da nova estratégia após sanções à China ser mais em “outras áreas” do que em “outro mercados”, as mudanças já impactam a dinâmica da empresa em outros países. 

“Como a China, sim, estava comprando numa quantidade e frequência muito grande, acabava que, por exemplo, nosso prazo de entrega para um país europeu estava mais demorado. Já que não posso vender lá, hoje consigo te entregar aqui mais rápido. Estamos conseguindo balancear isso muito bem”, conta Aguiar. 

O diretor emenda que a migração de fábricas de grandes empresas da China para outros locais também já mexe com a demanda do mercado – que tem se refletido, por exemplo, num aumento da procura de empresas do México pelos recursos da Nvidia. 

Fábrica da NVIDIA (Foto: Divulgação)
Fábrica da NVIDIA (Foto: Divulgação)

“Por exemplo, o México começa a receber muitas empresas multinacionais para montarem suas fábricas, suas infraestruturas de produção para atender todo esse continente americano. São os movimentos de nearshore. Isso tem permitido também a nós vender muito. Temos visto uma demanda muito grande no México.

Mas bater a demanda gigante da China não é tarefa simples. “Obviamente, o volume de consumo ainda não chega aos pés do que estava acontecendo lá na China, por ser um mercado muito mais maduro. E as empresas ainda estão se reestruturando”, complementa Aguiar. 

O tipo de demanda também muda. Na China, os grandes clientes da Nvidia eram do mercado de educação e pesquisa. “As universidades investiram muito nas nossas GPUs e softwares, têm grandes data centers”, conta o diretor. Enquanto isso, na América Latina, o mercado “está mais voltado à área de manufatura, principalmente para a indústria automotiva”.

Números da empresa

A Nvidia registrou receita recorde de US$ 18,12 bilhões para o terceiro trimestre. O número representa um aumento de 206% em relação ao ano passado e de 34% em relação ao trimestre anterior. Além disso, a empresa projeta um crescimento de 231% do faturamento no próximo balanço.

Ainda assim, há analistas que se mostram preocupados com a questão do mercado chinês – o que ajuda a explicar a queda perto de 10% da ação na Nasdaq desde a divulgação dos resultados.

De qualquer maneira, o números surpreenderam positivamente o mercado, como os analistas do Santander. “A Nvidia divulgou resultados robustos no 3T23, superando com folga as expectativas do mercado”, escreveram em relatório, destacando a disparada de 279% das vendas no segmento de data centers, representando 80% do total das receitas. 

Os especialistas do BTG também avaliaram a empresa positivamente e, assim como o Santander, mantêm o papel em sua carteira de ações estrangeiras recomendadas.

“Estamos otimistas com os desenvolvimentos recentes no campo da inteligência artificial e large language model (LLM), com a Nvidia sendo uma das maiores beneficiárias”

BTG, em relatório.

Jesse Cohen, analista financeiro sênior do Investing.com, afirma que “os investidores ficaram querendo mais da Nvidia, que segue um padrão mais elevado do que quase todas as outras empresas de tecnologia, devido ao seu notável desempenho acumulado no ano”.

“Embora os resultados surpreendentes do terceiro trimestre e a forte orientação ressaltem a sua posição dominante com o frenesi da inteligência artificial (IA), está cada vez mais difícil impressionar os investidores, dada a valorização das ações este ano”, explica Cohen, e emenda: “Os investidores parecem estar preocupados com o impacto negativo da ampliação das restrições dos EUA às vendas de seus chips de alta qualidade para a China.”

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/financas/bitcoin-sobe-acima-de-us-42-mil-pela-1a-vez-desde-abril-de-2022/Mon, 04 Dec 2023 21:13:26 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542569Bitcoin sobe acima de US$ 42 mil pela 1ª vez desde abril de 2022

Obitcoin(BTC) subiu nesta segunda-feira (4), ultrapassando brevemente os US$ 42 mil e atingindo a maior patamar em 20 meses, em uma nova onda de impulso alimentada pela possibilidade de cortes nas taxas de juros dos Estados Unidos e apostas de que o país vai aprovar em breve negociação de  fundos de bitcoin à vista em bolsa.

A maior criptomoeda do mundo subiu até US$ 42.162 nesta segunda-feira, seu valor mais alto desde abril de 2022, aparentemente se livrando do desânimo que se instalou nos mercados de criptomoedas após o colapso da FTX e outros fracassos de empresas vinculadas a moedas digitais no ano passado. 

Os ganhos do bitcoin elevaram as ações de empresas relacionadas a criptomoedas, bem como os fundos negociados em bolsa (ETFs) listados nos Estados Unidos.

As ações da Coinbase saltaram 6,5% e a Microstrategy ganhou quase 6%, enquanto as mineradoras de bitcoin, como Riot Platforms, Marathon Digital e CleanSpark subiram entre 8% e 11%. Na semana passada, a Microstrategy divulgou que comprou mais US$ 593 milhões em bitcoins em novembro.

A “ascensão notável” do Bitcoin pode ser atribuída a uma “confluência de fatores” que estão impulsionando a confiança dos investidores, escreveu Luuk Strijers, diretor comercial da bolsa de derivativos de criptomoedas Deribit.

Esses fatores incluem o otimismo generalizado de que o órgão regulador de valores mobiliários dos EUA poderá aprovar em breve um ETF de bitcoin à vista, o que abriria o mercado de bitcoin para milhões de investidores; redução da inflação, que levaria os bancos centrais a começarem a flexibilizar as taxas de juros, tornando os ativos mais arriscados mais atraentes; e o aumento constante do envolvimento institucional.

O bitcoin acumula alta de mais de 150% até agora neste ano. Relatórios de outubro informando que a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos EUA não recorreria de uma decisão judicial que concluiu que a agência estava errada ao rejeitar um pedido de ETF de bitcoin à vista também impulsionaram as apostas de que uma eventual aprovação está próxima.

Um ETF de bitcoin à vista pode permitir que investidores anteriormente cautelosos tenham acesso a criptomoedas por meio do mercado de ações rigidamente regulamentado, dando início a uma nova onda de capital no setor.

Oether, a moeda ligada à rede blockchain Ethereum, também subia na segunda-feira, atingindo 2.274 dólares.

Tanto o bitcoin quanto o ether permanecem muito abaixo de seus recordes, atingidos em 2021, de US$ 69 mil e US$ 4.868, respectivamente.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/geral/venezuelanos-aprovam-anexacao-de-territorio-da-guiana-rico-em-petroleo/Mon, 04 Dec 2023 12:40:25 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542480Venezuelanos aprovam anexação de território da Guiana rico em petróleo

Os eleitores da Venezuela rejeitaram a jurisdição da Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre a disputa territorial do país com a Guiana e apoiaram a criação de um novo Estado na região de Esequibo, na Guiana, potencialmente rica em petróleo, em um referendo realizado no domingo (3).

A corte proibiu na sexta-feira (1º) a Venezuela de tomar qualquer medida que altere o status quo na área, que é objeto de um processo ativo perante a CIJ, mas o governo do presidente Nicolás Maduro prosseguiu com um referendo “consultivo” de cinco questões.

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acena para apoiadores durante referendo sobre disputa territorial com Guiana 03/12/2023 REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

Todas as questões foram aprovadas com mais de 95% de apoio, de acordo com o presidente da autoridade eleitoral, Elvis Amoroso, que disse que pelo menos 10,5 milhões de votos foram dados para o “sim”, mas não confirmou o número de eleitores.

Alguns analistas políticos e de segurança consideraram o referendo uma demonstração de força de Maduro e um teste de apoio ao seu governo antes da planejada eleição presidencial de 2024.

A corte afirmou em abril que tinha jurisdição, embora uma decisão final sobre o assunto possa demorar anos. A Venezuela disse que a questão deveria ser resolvida pelos dois países.

Maduro comemorou o “sucesso total” da votação no final do domingo. “O povo venezuelano se manifestou em alto e bom som”, disse ele a uma multidão que o aplaudia.

Fronteira em disputa

O que está em questão é uma região de 160.000 quilômetros quadrados, em sua maior parte composta por uma selva densa. A Venezuela reativou sua reivindicação sobre o território nos últimos anos após a descoberta de petróleo e gás offshore.

“O objetivo do governo (de Maduro) é enviar uma mensagem de força à Guiana”.

Ricardo Sucre, professor de política da Universidade Central da Venezuela.

Ele acrescentou que Maduro também está pensando em possíveis desenvolvimentos de petróleo e gás.

Apoiador do governo venezuelano segura cartaz durante evento em Caracas para coletar assinaturas em apoio ao referendo sobre os direitos da Venezuela sobre a região potencialmente rica em petróleo de Essequibo, na Guiana 15/11/2023 REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

A fronteira marítima entre os dois países também está em disputa. Não houve campanha organizada contra o referendo e analistas esperavam que os eleitores que se opusessem a ele ficassem em casa.

Há mais de 20 milhões de eleitores na Venezuela. Testemunhas da Reuters visitaram centros de votação em todo o país — muitos tinham poucas ou nenhuma pessoa esperando na fila.

Em Maracaibo, no Estado de Zulia, rico em petróleo, os mesários disseram à Reuters que o comparecimento às urnas foi baixo.

“Temos que votar pela defesa de nossa nação porque Esequibo nos pertence e não podemos deixá-lo para os gringos”, disse a aposentada Carmen Pereira, de 80 anos, em um centro de votação em Caracas.

As autoridades estenderam a votação por duas horas.

“O governo está realizando o referendo por razões internas.Ele precisa testar sua máquina eleitoral.”

Benigno Alarcón, diretor do Centro de Estudos Políticos da Universidade Católica Andrés Bello, em Caracas.

A votação de domingo causou ansiedade na Guiana, com o governo pedindo aos cidadãos que mantenham a calma.

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, participou de um comício no domingo, juntando-se a centenas de apoiadores. Ele disse que a decisão da CIJ na sexta-feira proíbe a Venezuela de “anexar ou invadir o território guianense”.

O Brasil disse na quarta-feira que havia intensificado “ações defensivas” ao longo de sua fronteira norte em meio à disputa territorial.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/cafeina/taxar-importados-faz-bem-para-a-economia/Mon, 04 Dec 2023 09:15:00 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542415Taxar importados faz bem para a economia?

Impostos sobre importação são uma ferramenta econômica que pode ter impactos variados e a questão de se países que taxam importações têm uma economia melhor ou pior não é preto no branco.

De um lado, podem contribuir para a equilibrar o caixa de um país e proteger indústrias nacionais. De outro, podem levar a preços mais altos para os consumidores, especialmente em países que dependem fortemente de importações.

A realidade é que, quando analisado em um panorama mundial, a escolha de taxar ou não importados não tem correlação direta com a saúde econômica de um país

Entenda, neste Cafeína.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/economia/precos-dos-imoveis-devem-ser-puxados-para-cima-por-3-fatores-em-2024/Mon, 04 Dec 2023 08:00:00 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542352Preços dos imóveis devem ser puxados para cima por 3 fatores em 2024

O preço dos imóveis seguiu em alta ao longo de 2023, embora o avanço tenha perdido força frente ao ano anterior. Agora, com perspectiva de maior demanda pelos juros em queda, incorporadoras reduzindo lançamentos e custos de construção ainda elevados, especialistas acham difícil que 2024 seja um ano de recuo dos preços – e isso mesmo que as parcelas do financiamento caiam em algum momento, pelo efeito dos juros menores. 

O número mais recente do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R ABECIP) mostra que os preços dos imóveis acumularam alta de mais de 5,7% em 2023 até o terceiro trimestre. Embora ainda subindo, os preços já mostram desaceleração. No mesmo período de 2022, o avanço era de mais de 10%.

Parte do alívio na subida dos preços pode ser explicada pela desaceleração dos custos para a construção, com alta de 3,05% no acumulado até novembro, contra 9,11% no mesmo período de 2022. Os números são do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), e foram puxados pela forte queda de 0,68% nos materiais em 2023 até agora, contra alta de mais de 6% nos serviços e mão de obra. 

Ana Maria Castelo, coordenadora dos projetos de construção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-IBRE), aponta que a desaceleração veio após a disparada nos preços durante a pandemia, quando itens como “vergalhões e tubos de PVC chegaram a dobrar de preço”. O reajuste nas cadeias de produção, no entanto, não apaga os efeitos na indústria, ainda que os preços tenham se reajustado. 

“Podemos dizer que o pior momento certamente já passou. Houve uma devolução de parte dos aumentos, mas o custo de construir hoje está acima do que estava antes da pandemia”.

Ana Maria Castelo, do FGV-IBRE.

O custo da construção ainda foi pressionado pela Selic alta, que encarece o crédito para as empresas, como resume Walter Franco, professor de economia no Ibmec-SP, citando outros fatores. “O custo de capital está caro. O financiamento ainda é caro para o construtor. O terreno ainda é caro para a construção.”

Mas, apesar de terem puxado o preço dos imóveis para cima, as condições adversas não parecem ter sido motivo de preocupação para as empresas desse mercado no último ano.

Os números mostram resiliência. No acumulado de 2023 até agosto, as vendas de imóveis no Brasil subiram mais de 20%, com alta tanto no segmento de Minha Casa, Minha Vida (18%) quanto médio e alto padrão (23%). Os dados são da Associação Brasileira de Incorporadoras (Abrainc) e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Aquecimento de demanda já aquecida?

Se um cenário com custos elevados e juros altos não foi suficiente para reduzir a demanda a ponto de puxar as vendas para baixo nos últimos meses, o que se tem à frente torna ainda mais difícil falar em queda nos preços: a expectativa de que a queda da Selic, mesmo que demore, reflita nas taxas do financiamento e a estratégia das empresas, que nos últimos meses reduziram o número de lançamentos. 

Segundo a pesquisa Abrainc/Fipe, a redução foi de quase 5% no acumulado do ano até agosto, puxada pela forte queda, perto de 47%, no segmento de médio e alto padrão. “A oferta está se reduzindo. Esse é o ponto de atenção”, comenta Castelo diante desses números. 

Imóvel da Moura Dubeux (Foto: Divulgação)
Imóvel da Moura Dubeux (Foto: Divulgação)

Ao mesmo tempo, a expectativa é de que a demanda aumente. “Se você reduz a Selic e a taxa na ponta para financiamento (o que é excepcional e tem que acontecer, porque está muito alta), você aumenta naturalmente a demanda por imóveis por parte das famílias. E é natural da economia: aumenta o preço do lado de lá”, aponta Franco. 

Ainda assim, ele chama a atenção para um ponto importante: mesmo que, no valor anunciado dos imóveis, a conjunção de fatores não se traduza em preços mais baixos em 2024, para o consumidor, a vantagem tende a ser maior. 

“Eu vejo um ano bom mesmo que os preços não venham para baixo. No diluir da prestação, a um juros menor, fica viável a compra.”

Walter Franco, professor de Economia no Ibmec-SP.

Castelo concorda que, com a demanda de crédito para a média renda, pode haver “alguma pressão sobre os preços”, e acrescenta outro fator: com um reforço positivo dos juros para a demanda, as empresas podem tentar elevar suas margens de lucro. “Por enquanto, no cenário que estamos vendo, o que as empresas fizeram foi comprimir suas margens”. 

Voltando para a oferta

Enquanto as perspectivas se equilibram entre estabilização dos custos dos materiais e expectativa de demanda alta por conta dos juros, Castelo chama a atenção para outro fator que pode pressionar os preços para cima em 2024: custos de mão de obra. 

“Os acordos coletivos se pautam pela variação do INPC. No ano passado, a inflação chegou à casa dos 2 dígitos, e neste ano a gente tem abaixo de 5%. Isso se refletiu nos acordos que foram realizados neste ano”, diz ela, apontando ainda que está “observando que o mercado de trabalho da construção está muito aquecido em função do ciclo de obras”. 

“O mercado imobiliário ainda reflete as vendas nos últimos dois anos que estão em processo de obra e entrega. Junto a isso, tem os investimentos em infraestrutura privados, concessões e, em ano pré-eleitoral, prefeituras acelerando suas obras”. 

A especialista aponta que “isso resulta numa escassez de mão de obra qualificada” e que isso “é um item recorrente nas sondagens de construção”. A preocupação é que esse cenário possa reverter a trajetória e alívio do INCC. 

Empresas: otimismo x cautela

As grandes incorporadoras confirmam a tendência mostrada pelas pesquisas. A Gafisa(GFSA3) conseguiu elevar suas vendas em 3,7% no acumulado dos primeiros três trimestres de 2023. Na Cyrela(CYRE3), o aumento foi ainda maior: 21%. Na Moura Dubeux(MDNE3), de 16%. 

“A demanda se mostrou resiliente, e a inflação mais baixa e o início do ciclo de redução na taxa de juros foram gatilhos importantes para uma recuperação nas vendas”, disse Miguel Mickelberg, diretor financeiro do Grupo Cyrela, ao bwin

Miguel Mickelberg, diretor financeiro do Grupo Cyrela (Foto: Divulgação)
Miguel Mickelberg, diretor financeiro do Grupo Cyrela (Foto: Divulgação)

Diego Villar, CEO da Moura Dubeux, defende que tiveram bom desempenho as empresas que conseguiram ajustar os efeitos da inflação dos anos anteriores às suas margens, e diz esperar que em 2024 a incorporadora continue colhendo os frutos dessa estratégia. 

“Temos performado bem porque fomos muito rápidos em perceber esse movimento, mas acredito que ano que vem vai ter uma boa performance operacional, ou seja, vendas crescendo, lançamento crescendo e mais importante, correção de margem positiva.”

As empresas também comprovam o ânimo comedido para lançamentos em meio a um cenário com tantos fatores ainda sobre a mesa. A Cyrela reduziu o número em 5% no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2022. A Moura Dubeux foi mais intensa: 46%. 

Mickelberg se diz “cautelosamente otimista” e afirma que a Cyrela espera, nos próximos meses, um “crescimento moderado” no número de lançamentos. 

Diego Villar, CEO da Moura Dubeux (Foto: Divulgação)
Diego Villar, CEO da Moura Dubeux (Foto: Divulgação)

Já Villar afirma que a empresa “sempre teve essa cautela de escolher o momento mais adequado para fazer os lançamentos”. “A gente enxergou que no primeiro semestre deste ano tinha tanta coisa incerta com relação ao encaminhamento da política macroeconômica do país, que a gente preferiu ser cauteloso”. 

Ele afirma que a Moura Dubeux “está mais comprometida com margem e rentabilidade do que em tamanho em si”. Por isso, o CEO diz que a questão da redução dos lançamentos não é necessariamente um cenário que a empresa esteja deslumbrante para 2024, e sim, todo um processo que já vinha ocorrendo desde anos atrás. 

E aí entram as diferenças regionais

A Moura Dubeux atua em estados do Nordeste, com foco no segmento de médio e alto padrão. Enquanto locais como São Paulo e Rio de Janeiro, que se destacam com os maiores preços médios por metro quadrado do Brasil, impõe às construtoras desafios como escassez de terrenos, a região nordestina tem outros gargalos – e, consequentemente, as empresas ajustam suas estratégias de forma diferente. 

“A gente tem uma oferta na média muito mais generosa de terreno e por ter não tanta competição”, afirma Villar. “Do ponto de vista do comportamento de demanda, por não ter tantos grandes incorporadores atuando simultaneamente, por não ter tantas empresas com sólida capacidade de contração de crédito para o financiamento de longos projetos, a gente não tem grandes projetos em desenvolvimento.”

Região de empreendimento da Moura Dubeux (Foto: Divulgação)
Região de empreendimento da Moura Dubeux (Foto: Divulgação)

Ele explica que essa dinâmica acelera a velocidade de vendas, mas ainda assim há um limitador. “A gente vê a demanda, naturalmente você tem uma velocidade de venda mais forte e uma regulagem de preço. Seria de se esperar então que saísse de R$ 10 mil para R$ 15 mil? Mas aí a renda senta o teto.”

“Por não ter renda média muito alta no Nordeste, a elasticidade é muito menor do que São Paulo, onde tem lugar que vende a R$ 15 mil, e tem lugar que vende a R$ 45 mil. Aqui no Nordeste não tem isso. Aqui tem lugar que vende a R$ 10 mil, tem lugar raro que vende a R$ 20 mil. E essa é a elasticidade a preço.”

Diego Villar, CEO da Moura Dubeux.

Enquanto isso, em locais como São Paulo, um dos grandes fatores que determina o preço é o custo (e disponibilidade) de terrenos para as construtoras, conforme explica Franco, do IBMEC. “Se você sai do centro, tem uma queda de um terço no valor do metro quadrado construído. Essa variação de preço de grandes centros para outros tem conexão com custo do terreno, pela demanda maior.”

Ayra Pinheiros, o primeiro empreendimento da Greystar no Brasil, será lançado no bairro de Pinheiros, em São Paulo (Foto: Divulgação)
Bairro de Pinheiros, em São Paulo (Foto: Divulgação/Ayra Pinheiros/Greystar)

Nesse cenário, Mickelberg, da Cyrela, diz que cada uma das regionais da empresa (São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre) “tem suas particularidades, com diferentes desafios relacionados ao grau de acirramento da concorrência, além de questões urbanísticas e de licenciamento”. Ele afirma que a companhia busca entender profundamente cada mercado para tomar melhores decisões de compra de terrenos e lançamentos.

O objetivo final, no entanto, é o mesmo para todas as empresas, como define Villar. “Que a velocidade de venda não seja tão rápida que a gente tenha deixado margem na mesa, nem tão lenta que precise praticar desconto mais na frente com a venda”.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/negocios/publicidade-por-participacao-societaria-como-funciona-o-modelo-de-troca/Sun, 03 Dec 2023 09:15:00 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542406Publicidade por participação societária: como funciona o modelo de troca?

A “Economia da Atenção” rege os dias atuais e, nesse cenário, o Media for Equity tem ganhado cada vez mais espaço. Para entender melhor sobre o assunto, este Talk bwin conversa com Felipe Hatab, fundador e CEO da 4Equity – Media Ventures, uma gestora focada em escalar startups através de exposição na mídia.

Nesta entrevista exclusiva, Hatab explica que o modelo de investimento funciona através da troca de publicidade por participação societária. O especialista destaca que o Media for Equity não se trata de um modelo de negócio, mas sim de um meio de pagamento que permite às empresas usar capital social para investir em marketing. 

Esse formato tenta resolver a necessidade que as startups têm de expansão de marcas, audiência e usuários. “Os veículos de mídia começaram a usar esse modelo para criar um portfólio e virarem sócios das empresas. Ao invés de oferecer recursos financeiros, startups crescerem por meio de mídia e marketing em troca da participação acionárias.”, pontua.

Um dos principais exemplos desse mercado no Brasil é a Rede Globo, que está construindo um portfólio de startups em troca de equity para se adaptar à nova era da influência. 

O futuro das mídias, o cenário do mercado de marketing com influenciadores, adaptação dos players de TV aberta às novas tecnologias foram alguns dos outros temas abordados neste episódio. 

Com mais de 15 anos em marketing, Felipe Hatab é Forbes Under 30, já atuou como sócio-diretor de marketing da Ambev e como Chief Marketing Officer (CMO) da Stone. Aos 33 anos, o empreendedor acumula diversos prêmios decorrentes de suas abordagens ousadas.

OTalk bwin é apresentado por Dony De Nuccio e conta com a participação de Leandro Guissoni. Todo episódio um convidado conta a sua trajetória no mundo dos negócios.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/financas/shein-mira-ipo-com-valuation-que-equivale-a-soma-de-12-grifes-americanas/Sun, 03 Dec 2023 09:00:00 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542349Shein mira IPO com ‘valuation’ que equivale a soma de 12 grifes globais

O pedido confidencial de IPO (oferta inicial de ações) da varejista chinesa Shein em Wall Street esta semana não foi exatamente uma surpresa, uma vez que ela já sinalizava tal intenção meses atrás. A questão é que a precificação estimada da companhia fundada 11 anos atrás é maior que o valor de mercado de empresas renomadas de moda e que têm atuação global há décadas. 

O valuation de US$ 66 bilhões buscado pela chinesa equivale ao valor somado de Ralph Lauren, Gap, VF Corp (dona das marcas Timberland e The North Face), Gildan Activewear (dona da Under Armour e New Balance),Levis, PVH Corp (das marcas Tommy Hilfiger e Calvin Klein),Abercrombie, Ermenezildo Zegna, Carters, Victoria’s Secret, Guess e a gigante americana de departamentos, Burlington (rival da famosa Macy’s).

A avaliação da Shein foi feita em maio, quando a plataforma focada em moda levantou cerca de US$ 2 bilhões, segundo o “The Wall Street Journal” (WSJ). Mas conforme apurou a “Bloomberg”, a meta é alavancar US$ 90 bilhões na oferta inicial de ações – o que a colocaria muito acima de todas as 12 companhias citadas, incluindo a rede H&M, avaliada em US$ 27 bilhões.

A questão é que, por regra da Securities and Exchanges Commission (SEC, ou a CVM americana), empresas em fase de IPO não têm por obrigação divulgar os documentos relativos à listagem, o que inclui detalhes sobre suas finanças e se estas sustentam a precificação buscada.

O WSJ avalia que a varejista arrecadou US$ 23 bilhões em receitas e teve lucro de US$ 800 milhões em todo ano de 2022. É aguardado que esses números sejam maiores hoje.

Resistência ao IPO

A questão é que a plataforma segue enfrentando resistência entre congressistas americanos, que enviaram em maio uma carta à SEC pedindo a proibição do IPO até que a chinesa prove que não utiliza trabalho escravo em suas fábricas parceiras, muito menos na cadeia de fornecedores.

Nacarta, os congressistas apontam que existem sérias alegações de que a Shein usaria trabalho escravo ou mal remunerado na região chinesa Uigur, de Xinjiang. Essa região é conhecida pelos uigures, uma população marginalizada na China.

Mas se as práticas forem comprovadas, isso significa que a varejista estará infringindo uma lei americana aprovada em 2021 (Uyghur Forced Labor Prevent Act) e que proíbe a importação de produtos fabricados nessa região dada a associação ao trabalho escravo.

Teclado com carrinho de compras em frente ao logo da Shein 13/10/2020 REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração

Desde então, a Proteção de Fronteiras dos EUA e da Alfândega bloqueou bens no valor de US$ 2 bilhões, de produtos eletrônicos à vestuário, segundo a mídia Nikkei Ásia. A proibição está programada para durar oito anos.

“Apoiamos fortemente esse esforço bipartidário para forçar as bolsas de valores dos EUA a proteger os direitos humanos e já passou da hora de elas pararem de permitir que empresas como essa [Shein] tenham acesso aos nossos mercados”, aponta trecho da carta.

TRECHO DE CARTA DE CONGRESISTAS AMERICANOS CONTRA IPO DA SHEIN.

A questão é que as bolsas americanas não têm um “Novo Mercado” como funciona na B3, observa Willian Castro Alves, estrategista da Avenue nos EUA. Esse segmento de listagem conduz as empresas ao mais elevado padrão de governança corporativa, segundo a bolsa brasileira.

“Cada uma das bolsas aqui nos EUA têm suas regras, mas não têm um novo mercado. A SEC e a FINRA possuem regras de publicação de balanço que as companhias têm que prestar contas, mas não necessariamente abrange níveis de governança”.

No entanto, o especialista observa que a varejista protocolou o pedido de oferta em sigilo dada a pressão de congressistas pela proibição do IPO, o que dá tempo para a chinesa estar de acordo com parâmetros impostos pela SEC.

“É mais um movimento dos congressistas para barrar a oferta da Shein, da mesma forma que no governo Trump algumas ações de controle estatal chinês foram bloqueadas”.

willian castro alves, estragista da avenue.

A questão é que a companhia terá de continuar se provando também depois de lançar ações ao mercado, uma vez que o segmento de moda e fast fashion é complexo, na avaliação de Alves, e até por isso, marcas reconhecidas e de peso no setor têm um valor de mercado menor.

“As empresas de varejo de moda vêm perdendo muito espaço, seja por conta de como mudou o consumo, a concorrência que ficou mais acirrada, novas empresas com produtos muito baratos, o que ocasionou inclusive quebras, como o caso da Forever 21, que entrou e saiu de uma RJ. Mas impressiona o valor esperado pelo IPO da Shein, mesmo sendo uma empresa que vem entregando resultados”.

Há cerca de três meses, um acordo entre Shein e o grupo detentor da Forever 21 vai levar as peças da varejista americana para a plataforma da chinesa. Em contrapartida, a Forever 21 vai ganhar acesso à base de mais de 150 milhões de clientes da Shein. Isso deve aumentar o acesso à plataforma da varejista americana que saiu de uma recuperação judicial em 2020.

Boicote da China

A questão é que grupos de direitos humanos acusam Pequim de prender cerca de 10 milhões de uigures e outras minorias muçulmanas em campos de prisioneiros, alegações que as autoridades chinesas negam. Estes campos são, por sua vez, zonas de produção de algodão utilizadas em roupas da Shein, mas também de varejistas ocidentais, como H&M e Nike

Estas marcas se posicionaram contra o suposto uso de trabalho forçado na produção de algodão na província chinesa de Xinjiang, o que revoltou chineses nas redes sociais. Personalidades públicas do país que tinham contratos com as marcas chegaram a romper, segundo a agência France Press (AFP).

Produtos da HM, a segunda maior varejista de roupas do mundo, desapareceram dos sites de e-commerce Taobao e Alibaba no ano passado em retaliação. 

Somado a isso, sanções dos governos americanos e europeus sobre Xinjiang geraram resistência do governo chinês, que chama esses campos de “centros de treinamento vocacional” projetados para combater a pobreza e o extremismo religioso.

No entanto, o comércio exterior da região deXinjiang saltou 40%, para um recorde de US$ 409,2 bilhões nos primeiros 10 meses de 2023, o que coloca em cheque a eficácia das sanções ocidentais impostas sobre supostos abusos de uigures após relatos de trabalho forçado e outras violações dos direitos humanos.

Enquanto isso, um grupo anônimo batizado de “Shut Down Shein” denuncia supostas práticas anticompetitivas, que vão desde a sonegação do pagamento de bilhões de dólares em tarifas de importação à coleta de dados dos consumidores americanos para uso do partido comunista chinês.

Mas segundo o Washington Post, o grupo é financiado por diversas marcas americanas, além de organizações de direitos humanos.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/colunistas/salve-o-mundo-lucre/especial-cop-28-o-dedo-na-ferida-climatico/Sat, 02 Dec 2023 13:55:01 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542467Especial COP 28: o dedo na ferida climática

ACOP 28, Conferência climática da Organização das Nações Unidas que começou no dia 30 de novembro, vem cercada por diversos bastidores geopolíticos. Os dois principais são aqueles que cercam os anfitriões, os Emirados Árabes Unidos, e a relação dos Estados Unidos com a China. Em ambos os casos, será necessário colocar o dedo na ferida climático.

A escolha do local da COP 28 foi extremamente controversa, escolheu-se a região do Golfo Pérsico, maior produtora de gás natural e petróleo do mundo, e a controvérsia é justamente essa, a perplexidade de se colocar na liderança da conferência um país que não vai querer reprimir às emissões de metano e acabar com os combustíveis fósseis, substituindo por renováveis. 

Cúpula climática COP28 em Dubai 1/12/2023 REUTERS/Thomas Mukoya

Os críticos ainda aumentam essa perplexidade quando dizem que são economias baseadas em uma única fonte de recursos de extração e queima de combustíveis fósseis com padrões de vida alto e consumo contínuo de sua população, o que já mostra que a escolha possui um grau elevado de adversidade dos ambientalistas.

Mas, a defesa que se faz para essa escolha está no pensamento que norteou a ONU nessa decisão, foi usado o mesmo critério adotado pela FIFA na escolha do país sede da Copa do Mundo: usar a COP como um fator de incentivo ao atingimento das metas climáticas por esses países que se defendem dizendo que possuem metas climáticas ambiciosas. 

A meta do país anfitrião, os Emirados Árabes Unidos, é de atingir 30% de seu consumo energético até 2030 através de produção de energia renovável, chegando ao nível zero de emissão de gases poluidores até 2050. Nesse sentido, há duas semanas foi inaugurada uma das maiores usinas de energia solar do mundo com placas fotovoltaicas que cobrem uma área de 21 km², com capacidade para gerar 2 gigawatts e alimentar 160 mil residências, de acordo com os responsáveis pelo projeto. 

Mas, de qualquer forma, sendo o gás natural o maior responsável pela emissão de metano no mundo e o já anunciado aumento da produção de petróleo nos próximos anos pelas petrolíferas locais o país terá muito o que demonstrar para conseguir liderar com altivez essa conferência e terminá-la com tratados e ações concretas climáticas mundiais.

O outro bastidor cerca o encontro recente dos presidentes dos Estados Unidos e da China, Joe Biden e Xi Jinping. Os dois países são os maiores poluidores climáticos do mundo e concordaram em combater conjuntamente o aquecimento global, aumentando a energia eólica, solar e outras energias renováveis com o objetivo de substituir os combustíveis fósseis.

O acordo climático emergiu como um ponto positivo nas negociações que provavelmente se concentraram em temas sensíveis, incluindo Taiwan, a guerra na Ucrânia e a guerra entre Israel e o Hamas.

As declarações de cooperação divulgadas separadamente pelos Estados Unidos e pela China logo após o encontro dos presidentes não incluem uma promessa da China de eliminar gradualmente o seu uso pesado de carvão, o combustível fóssil mais sujo, ou de parar de permitir e construir novas centrais a carvão. Este tem sido um ponto de discórdia para os Estados Unidos em meses de discussões com Pequim sobre as alterações climáticas.

Mas, ambos os países concordaram em “prosseguir esforços para triplicar a capacidade de energia renovável a nível mundial até 2030”. Esse crescimento deverá atingir níveis suficientemente elevados “para acelerar a substituição da produção de carvão, petróleo e gás”, afirma o acordo. 

Especialistas dizem que esta é a primeira vez que a China concorda com metas específicas de emissões em qualquer parte da sua economia o que se transforma em um grande avanço para tentar limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius até 2050. 

Por fim, colocar o dedo na ferida é algo que deverá ser feito nessa COP com bastante contundência, até porque, além de tudo isso já falado, ainda terá que ser discutido concretamente quem financiará os países mais pobres rumo à descarbonização de suas economias. Vamos aguardar o início da Conferência Climática para ver o que acontecerá!

Alexandre Furtado é Presidente do Comitê de Informações ESG da Fundação Getúlio Vargas, Sócio e Diretor de ESG da Grant Thornton.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do bwin e das instituições com as quais ele possui ligação. 

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/negocios/apos-focar-em-credito-para-empresas-pine-muda-estrategia-para-retomar-varejo/Sat, 02 Dec 2023 09:00:00 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542429Após foco em crédito a empresas, Banco Pine muda estratégia e retoma varejo

OBanco Pine(PINE4) viveu anos difíceis até receber o rating brA- da S&P Global Ratings. A nota de crédito veio depois de a instituição financeira decidir deixar o foco total sobre empresas para retornar à sua vocação anterior, o varejo para pessoa física. A diferença, no entanto, foi retomar um serviço conhecido com operação diferente. 

A atribuição de nota de risco por uma das principais agências de risco foi na última segunda-feira (27). A S&P afirmou em relatório que o “Banco Pine tem sido bem-sucedido em seu novo foco estratégico, apresentando qualidade de ativos e rentabilidade acima daquela de seus pares”.

Banco Pine (Foto: Divulgação)
Banco Pine (Foto: Divulgação)

Mas, em entrevista ao bwin, Noberto Pinheiro Júnior e Clive Botelho, diretores executivos do Banco Pine, contam que a estratégia não é assim tão nova. Ela é baseada no crédito colateralizado, que significa dar um bem como garantia pela dívida. No caso do Pine, o foco é em pessoas físicas e linhas de crédito relacionada a benefícios como Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 

O produto, de fato, não é novidade para o banco, que tinha uma forte presença nesse tipo de crédito em meados de 2007. No entanto, em 2010, o Pine deixou o varejo de lado para voltar as atenções somente ao crédito para as empresas, no atacado. Enfrentou dificuldades durante a crise iniciada em 2014, mas conseguiu sustentar o negócio. Até que, em 2020, na pandemia, surgiram os primeiros sinais de que poderia ser necessário retroceder.

“Quando vem a pandemia, os juros caem de forma repentina aos 2%, mas a inclinação da curva de juros já mostrava que, em algum momento, o cenário iria ficar desafiador pela frente, as condições financeiras iam ficar apertadas em algum momento. E foi nesse momento que a gente agiu com antecipação”

Noberto Pinheiro Júnior, diretor executivo do banco pine.

O objetivo era desconcentrar o negócio de um segmento no qual os executivos estavam enxergando risco. Surgiu então o plano de retomar o varejo colateralizado, mas isso precisava ser feito de uma forma diferente. Então, o Pine fez uma parceria com a fintech Byx (que mais tarde se tornaria inclusive investimento para o banco). 

“Desta vez a gente resolveu fazer diferente. Porque lá em 2007, a gente tinha estrutura própria, área comercial, jurídico dedicado, gente de produto dedicada. Desta vez, a gente falou: ‘vamos procurar no mercado especialistas que possam nos ajudar e prestar serviço’”, lembra Pinheiro. 

Contando com o serviço da Byx para operacionalizar os produtos de varejo, o Pine manteve internamente apenas as atividades mais estratégicas, como tomadas de decisão sobre a quantia a ser alocada e critérios de elegibilidade. “Então, as áreas aqui de crédito, riscos, monitoramento, legado é tudo do banco, mas a prestação de profundidade, os especialistas e o monitoramento desse portfólio, eles mudam bastante”, conta Pinheiro. 

Botelho complementa que a nova estratégia tornou a operação “mais leve” na comparação com a experiência anterior com o varejo colateralizado. 

“A gente conhecia bem esse mundo. Em 2007, o banco era um dos 5 maiores originadores do varejo colateralizado, e com time próprio. Então, a gente achou a combinação mais leve, mais inteligente, mais lucrativa de estarmos de volta ao varejo colateralizado.”

Clive Botelho, diretor executivo do Banco Pine.

Mas, ao contrário do que ocorreu em 2010, a nova mudança de rota não fez com que o Pine deixasse totalmente de lado a operação anterior. Significa que o crédito no atacado, para empresas, continua no portfólio. Hoje, segundo os executivos, esse segmento representa cerca de 50% das receitas e da carteira do banco, com a outra metade correspondendo ao varejo colateralizado. 

Agora, os executivos consideram o negócio mais diversificado e comemoram os últimos números. 

“A gente conseguiu crescer a carteira expandida de crédito, basicamente numa época difícil de condição financeira apertada para as empresas. E a gente conseguiu crescer num ambiente seguro, no ativo de previsibilidade, pulverizado, com controle. Tanto é que cruzamos em setembro R$ 4,4 bilhões nesse varejo colateralizado. E a gente conseguiu crescer a carteira de crédito. Hoje o banco voltou a ser um banco extremamente diversificado.”

Os desafios

A S&P citou no relatório os desafios que enxerga à frente para o banco Pine, “como sua posição de mercado, concentração de fontes de financiamento e métricas de capital  pressionadas pelos créditos tributários”. 

Botelho conta que, após o relatório da agência, o banco tem tomado medidas para diversificar o passivo, como “lançamento de uma debênture, por exemplo, de R$ 750 milhões, com lastro no varejo colateralizado”, o que reduz o risco para o mercado. “A gente tem planos de continuar diversificando o passivo”, adianta. 

O Pine teve lucro líquido de R$ 45 milhões no terceiro trimestre de 2023, um forte aumento em relação aos R$ 12,2 milhões do mesmo período do ano anterior.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/financas/nova-previa-do-ibovespa-exclui-casas-bahia-e-inclui-isa-cteep/Fri, 01 Dec 2023 14:27:58 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542339Nova prévia do Ibovespa exclui Casas Bahia e inclui ISA Cteep

A B3 divulgou nesta sexta-feira (01) a primeira prévia do Ibovespa que passa a valer entre janeiro a abril de 2024. Nela, foram excluídos os papeis da Casas Bahia(BHIA3), entrando no lugar as ações da ISA Cteep(TRPL4).

No entanto, essa não é ainda a versão definitiva da carteira do principal índice acionário da B3. Se confirmada, após as duas prévias a serem divulgadas, a carteira terá 86 ações de 83 companhias listadas.

A saída das Casas Bahia

Estrategistas do Itaú BBA já aguardavam que os papeis da ex-Via saíssem do Ibovespa uma vez que estavam sendo negociados abaixo de R$ 1 por muitos pregões, o que não é permitido entre as ações que compõem o indicador.

Mesmo após a divulgação do grupamento de 25 papeis da companhia para 1 (isto é, quando eles se juntam para valerem uma ação) previsto para serem negociadas dessa forma em 28 de dezembro, a varejista não ficou isenta da exclusão. E isto tende a reduzir a liquidez da companhia, uma vez que muitos fundos passivos investem no índice, o que acabava beneficiando as ações da varejista.

No acumulado do ano até o fechamento de novembro, as ações acumulam queda de 73%. Nos últimos 30 dias, no entanto, os papeis registraram valorização de 17%, fazendo com que o resultado geral ficasse “menos pior”.

imagem decorativa da Via
Movimento de caminhões em centro logístico da Casas Bahia, da Via. 4/12/2009. REUTERS/Paulo Whitaker

Na última semana, a agência de classificação de risco, S&P Global Ratings, rebaixou a nota de crédito nacional das Casas Bahia para “brbB-“, com perspectiva de crédito negativa. Os resultados financeiros do terceiro trimestre foram citados, com a agência interpretando que as métricas de crédito estimadas na avaliação anterior “não serão atingidas”.

“A estrutura de capital é frágil e a retomada da rentabilidade é dependente de condições favoráveis de negócios, financeiras e econômicas”, aponta trecho da avaliação.

Após a divulgação de resultados em novembro, o presidente-executivo da companhia disse em teleconferência que o plano de reestruturação da companhia, anunciado em agosto, já considerava um “cenário ruim”, mas que a expectativa é que seja vista alguma melhora no segundo semestre de 2024.

Renato Franklin ressaltou ainda que a companhia tem visto um cenário de demanda comprimida quanto a móveis, eletrodomésticos e telefonia mesmo com a redução nos juros, o que historicamente tende a “destravar” o crediário.

A entrada da ISA Cteep

Uma das principais transmissoras de energia do país, a ISA Cteep encerrou o terceiro trimestre de 2023 com o lucro líquido 22,7% maior (R$ 474,5 milhões) em relação ao mesmo período de 2022. No acumulado de janeiro a setembro, o montante foi de R$ 1 bilhão, um salto de 81,7% frente ao registrado nos nove meses do ano passado.

Entre os principais fatores que impactaram positivamente o resultado trimestral da companhia estão o início da operação de 67 projetos de reforços e melhorias nos últimos 12 meses, sendo 13 apenas no último trimestre, e a energização de três projetos greenfield (arrematados em leilão).

No último trimestre, a companhia investiu R$ 528,4 milhões, um aumento de 12,2% ante o mesmo período de 2022, sendo R$ 307,1 milhões na renovação do parque instalado (reforços e melhorias) e R$ 221,2 milhões em projetos arrematados em leilões (greenfield). Já no acumulado dos nove meses, o valor total investido foi de R$ 1,45 bilhão, estável em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo fato relevante.

No ano, as ações da transmissora de energia acumulam alta de 6,6%. Nos últimos 30 dias, a alta é mais expressiva: de 12,9%.

Pelo segundo ano consecutivo, a companhia é listada na carteira do FTSE4Good, um índice de sustentabilidade aferido pela Financial Times Stock Exchange Russell, uma divisão da bolsa de valores de Londres. No Brasil, 49 empresas estão na carteira do índice.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/colunistas/infiltrado-na-limer/o-empoderamento-negro-na-pratica-e-a-mudanca-construida-coletivamente/Fri, 01 Dec 2023 09:15:00 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542053O empoderamento negro na prática e a mudança construída coletivamente

A falta de equidade no mercado corporativo é amplamente conhecida e começa a ser documentada de forma sistemática, revelando abismos de presença em cargos de liderança, na cadeia produtiva e de oportunidades de investimento. Ao considerar dados que demonstram o quanto há para se avançar, vem a oportunidade de implementar mudanças. Nesse sentido, a sociedade civil, governos e formadores de opinião, contribuem para potencializar a agenda ESG, em especial no Brasil, onde temos um passivo de colonização, discriminação e massiva desigualdade de raça.

Os avanços da legislação antirracista no Brasil, conquista indiscutível da luta centenária da população negra e movimentos negros por igualdade e justiça, são concretas e impactam na sociedade, ainda que lentamente. Para além de novembro, o trabalho de formiguinha para reduzir desigualdades e construir coletivamente uma democracia real é um imperativo social, moral e jurídico.

Essas premissas impulsionam ações que buscam empoderar a população negra, tanto como parte integrante do ESG quanto como resposta às demandas sociopolíticas dessa parcela da população. Não estamos mais num momento histórico em que se pode levar a sério questionamentos de que o racismo não existe, ou se incide ou não sobre todos os espaços, esse já é um fato reconhecido e demonstrado, agora o momento é de ação para mudar essa realidade.

mãos negras sobre teclado de notebook com gráficos financiros na tela do computador.
Por biasciolialessandro

Nos últimos anos, iniciativas em prol do empoderamento negro já foram criadas levando em conta essa realidade, se distanciando do mito da democracia racial, que impedia encarar o racismo de frente e sanar suas consequências. Aqui, temos orgulho sem disfarces de fazer parte dessa vanguarda no mercado corporativo, e aproveitamos o Novembro Negro para sermos negros e orgulhosos, sim, por que não? O tempo de humildade e humilhação forçada precisa – definitivamente – ficar para trás.

É para frente que andamos, por exemplo, ao convocar para a participação no “MBM Inovahack: Inovação, ESG e Impacto!”. E andamos para o futuro, sem esquecer as lições do passado recente, mas atuando sobre esse passivo ativamente, jogando a pá de cal na negação do racismo, lidando diretamente para reverter seu legado nefasto de escassez seletiva. 

Iniciativas

Grandes organizações não-negras, a exemplo do Google for Startups, por meio de iniciativas como Black Founders Fund Brasil, também reconhecem essa potencialidade – e a necessidade de mudança social – e investe recursos financeiros, sem qualquer contrapartida ou participação societária, resultando em apoio prático para ajudar empreendedores negros e negras a construírem e expandir negócios.

A Potencia Ventures é outra organização global atuando no país, com a expertise de pioneira de venture capital focada em investimentos de impacto. Fundada há vinte anos, quando impacto social e ESG não eram prioridades nas agendas globais, abriu caminhos para essa visão. Em  2022, a empresa lançou um programa no Brasil em que selecionou 20 startups e, durante este ano, essas empresas acessam mentorias e trocas de experiências com empreendedores, investidores e executivos.

Segundo a Potencia Ventures, 100% dessas startups tem cofundadora mulher, 75% têm um cofundador preto ou pardo.  Ao final do programa, 5 destas empresas receberão investimentos a partir de 100 mil dólares, a depender da necessidade da startup. 

Outra iniciativa que destacamos é oMOVER – Movimento pela Equidade Racial, que reúne 49 empresas atuantes no Brasil, que empregam juntas 1,3 milhão de colaboradores e que realizam um trabalho impactante. As ações incluem distribuição de bolsas, atividades de formação, capacitação, divulgação de artigos, mobilização interna nas organizações em prol do empoderamento negro e de construção da equidade. O MOVER descreve: “Nosso trabalho inclui o compartilhamento de boas práticas e aceleração dos processos já em curso nas empresas, além do investimento social coletivo voltado a criação de impacto positivo na educação, geração de emprego e na conscientização da sociedade quanto ao racismo”.

Ao dar prioridade a grupos raciais minorizados em grandes empreendimentos, movimentos de pessoas negras e não-negras contribuem para a promoção da igualdade racial num nicho em que predomina o estereótipo branco, nascido rico, com lastro social e financeiro, como dizem nas redes: a cara do privilégio.

Mudar a cara do mercado de investimentos e das grandes organizações, mudar o lugar onde a pessoa negra atua nesses espaços, também contribui para transformar e democratizar a sociedade. Assim como nós, coletivamente, por meio de legislação e pressão social, mudamos a cara das universidades brasileiras, após décadas da lei de Cotas. O país viu essa mudança acontecer e trazer para o mercado de trabalho, aeroportos, veículos de jornalismo, governos, parlamento, uma leva de gente com a cara do Brasil que os dados estatísticos indicam como maioria da população. Esse é o futuro pelo qual trabalhamos e queremos ver o mais breve possível.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/financas/industria-de-fiis-e-cris-cresce-apesar-de-casos-pontuais-de-inadimplencia/Fri, 01 Dec 2023 09:00:00 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542028Indústria de FIIs e CRIs cresce, apesar de casos pontuais de inadimplência

Após casos pontuais de inadimplência, investidores de fundos imobiliários (FIIs) comprados em papéis de dívida – os chamados Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) –, não tiveram muita paz em 2023. Os dividendos parrudos oferecidos em troca de maior risco, ficaram comprometidos, como foi o caso do HCTR11, da gestora Hectare, que compra os chamados “high yield” ou títulos de maior risco.

Quem investe no fundo financia operações do setor imobiliário ao antecipar crédito, o cerne da modalidade dos CRIs. No entanto, em situações complexas, quem pega esse crédito – em maior parte, incorporadoras – tem maiores chances de não honrar o pagamento da dívida. Foi o caso da Gramado Parks, grupo de turismo e hotelaria que tem dívidas atreladas a CRIs e compõe a carteira de FIIs como Hectare(HCTR11),Devant(DEVA11),Versalhes Recebíveis (VSLH11)eTordesilhas(TORD11).

A cota desses fundos sofreu queda em bolsa, assim como seus dividendos foram impactados durante oito meses de crise, já que a inadimplência começou em fevereiro. 

O valor da cota do Hectare amarga queda de 64% no ano até 30 de novemrbo; o da Devant desvaloriza 51,6%; Versalhes Recebíveis, 55,6%; e o Tordesilhas, 71,4%.

FIIs expostos a ativos em crise

Em outubro, foi divulgada a renegociação dos CRIs do Gramado Parks pela securitizadora Fortesec, que é quem fez a emissão destes títulos de dívida. Agora, os cotistas aguardam que as respectivas gestoras anunciem o retorno dos dividendos como antes, uma vez que quase 91% dos recebíveis que somam R$ 1,3 bilhão em saldo devedor foram renegociados. 

A questão é que, com tantas empresas entrando com pedido de recuperação judicial (RJ), não é incomum que novas inadimplências acometam os CRIs e os respectivos investidores. Recentemente, a SouthRock, holding controladora de marcas como Starbucks e SubWay no Brasil, fez pedido de RJ por dívidas na casa de R$ 1,8 bilhão. E, sim, o grupo controlador tem CRIs, assim como debêntures – outro tipo de papel de dívida.

Neste primeiro caso, a holding empacotou receitas futuras do Starbucks neste título para oferecer a investidores e captar recursos no mercado. Em linhas gerais, o papel oferece um rendimento prefixado mensal além da correção por um indicador, podendo ser a taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) ou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). E os fundos imobiliários embarcaram nessa. 

Foto: Starbucks.com

RZAK11, IRIM11 eIRDM11 são exemplos disso. O primeiro tem maior exposição aos CRIs do Starbucks considerando o patrimônio líquido do fundo (6,5%); já o segundo está 4,1% exposto, e o terceiro, menos de 1%. 

Segundo comunicado da gestora do FII Riza Akin(RZAK11), os recebíveis da rede de cafeterias não estão sujeitos ao processo de recuperação judicial, além das parcelas (no montante de R$ 50,1 milhões) estarem devidamente pagas até outubro. Por isso, os dividendos do fundo não foram afetados.

No entanto, não há garantias que os meses seguintes continuarão sendo honrados, e por este motivo, a gestão contratou um assessor legal para proteger o interesse do fundo e dos investidores.

A diversificação setorial e gestão ativa são um ponto positivo para o FII que não tem exposição a multipropriedades, loteamentos ou hotelaria, cerne do negócio do Gramado Parks. Com o ambiente de taxas de juros mais altas e inflação, houve muitas quebras de contratos do grupo gaúcho, o que impactou o pagamento das dívidas.

O que mostra que o cenário de crise financeira para algumas empresas reforça a maior atenção que o investidor precisa ter antes de se posicionar em FIIs de papel, reconhecidos por investir em títulos de dívida imobiliária, e por pagar maiores dividendos.

Cautela do investidor

Segundo Jefferson Honório, sócio da Brio Investimentos e líder do time gestão do BIME11, muitas vezes o investidor busca por maiores remunerações, mas sem considerar o risco que está correndo.

“É importante o investidor dimensionar o tamanho da posição dentro da sua carteira, se aquele retorno está fazendo sentido para aquele risco, além de buscar gestores que fazem alocação ativa de crédito”.

Jefferson Honório, sócio da Brio Investimentos e líder dE gestão do BIME11.

Outra observação de Honório é avaliar a diversificação da carteira da gestora, uma vez que quanto menor for essa diversificação, maior será o risco que o investidor estará tomando ao comprar o fundo imobiliário.

Por fim, ele sugere avaliar o histórico das gestoras por trás dos fundos antes de se posicionar nos ativos. Honório lidera um fundo multiestratégia que investe em 13 CRIs, cinco deles originados pela própria gestora que gere outros fundos (quatro de equity e um de crédito estruturado). A taxa de remuneração é de IPCA + 9% ao ano.

Em abril deste ano, a S&P Global Ratings publicou um relatório apontando os desafios do mercado de CRIs high yield, apontando que operações pontuais poderiam apresentar resultados incomuns na industria, impactando investidores diretos e indiretos.

Conflitos de interesse foram citados e que existiam estruturas de garantias com exposição elevada de riscos.

Segundo a Brio, que além de comprar no mercado também origina CRIs, há um maior domínio do processo quando feito “dentro de casa”, já que consegue controlar as garantias mais de perto, assim como o devedor e o projeto imobiliário envolvido.

“Uma parte importante do crédito são as garantias. E o que que você tem que garantir em um determinado ativo é como essas garantias estão estruturadas, desenhadas, registradas, assim como o monitoramento desse ativo ao longo do tempo. A originação não termina quando você investe o capital, mas quando você recebe. Por isso selecionamos muito bem os devedores, com uma boa amarração e risco controlado”, aponta a gestora, que diz gostar de high yield, e por isso, seu maior time é o de gestão de recebíveis.

Crescimento da indústria de FIIs e de CRIs

Até o final de setembro deste ano, havia 503 fundos imobiliários listados na bolsa, segundo último boletim disponível da B3. Seis anos antes, este número era de 156. Considerando também os FIIs não listados, o número é maior atualmente: são 881, contra 333 em igual período, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Apesar de os FIIs fora da bolsa terem crescido menos que os listados (164,5%, contra 228%), a modalidade tem ganhado tração num mercado em que investir em imóveis faz parte da tradição do brasileiro. Apenas os FIIs da B3 compõem R$ 150 bilhões em patrimônio líquido e R$ 223 bilhões em valor de mercado.

A preferência por trocar o investimento em um imóvel físico por um fundo que investe em uma carteira diversificada pode inclusive ser comparada ao movimento visto na poupança (antes utilizada como único meio para o investidor comum preservar seu capital). A caderneta vem registrando captações líquidas negativas (saques maiores que aportes) desde 2021, após recorde em 2020, quando estourou a pandemia por covid-19.

O saldo da poupança caiu 9% na comparação de setembro de 2023 ante dezembro de 2020. Em média, no ano de 2023, foram retirados R$ 8 bilhões por mês. Só que grande parte dos recursos que financiam o mercado imobiliário vem da poupança (65%). Ou seja, os recursos subsidiados para financiamento do setor seguem em queda.

Mas é aí que entram os Certificados de Recebíveis Imobiliários. A modalidade, que também investe no setor, segue crescente. Segundo dados da Anbima, este ano até outubro, o volume de emissão destes títulos foi de R$ 34,87 bilhões, divididos entre 330 operações. Mas há seis anos, o volume captado foi de R$ 8 bilhões em 111 operações.

Segundo a Brio Investimentos, esta é uma alternativa que foi criada diante da necessidade que o mercado tinha, em especial, para o financiamento de incorporadores.

“No começo, os primeiros clientes que começaram a buscar este mercado eram aqueles que não tinham acesso a bancos ou que encontravam alguma dificuldade. Mas hoje, a maior parte de incorporadoras listadas acessam o mercado de capitais via CRIs.”

jefferson Honório, sócio da Brio Investimentos e líder dE gestão do BIME11.

A gestora aponta ainda que este é um segmento do mercado ainda muito jovem e que busca se desenvolver nos últimos cinco anos. Para a Brio, ainda está longe de atingir a maturidade, uma vez que há muito espaço para se aperfeiçoar.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/economia/brasil-assume-g20-com-agenda-esvaziada-questao-ambiental-deve-unir-grupo/Fri, 01 Dec 2023 08:00:00 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542093Brasil assume G20 com agenda esvaziada; questão ambiental deve unir grupo

O Brasil assume a presidência do G20a partir desta sexta-feira (1), a qual ocupará pelo período de um ano. Ao longo dos próximos meses, o país ficará responsável por organizar reuniões temáticas e setoriais do grupo – formado por 19 nações, além da União Africana e da União Europeia (UE), que juntos correspondem a 85% da economia mundial. 

No entanto, o risco é de uma agenda global esvaziada. Isso porque a disputa geopolítica entre Estados UnidoseChina, que parece dividir o mundo novamente em dois pólos, reduz a chance de vários atores internacionais andarem lado a lado – mesmo que seja por um caminho do meio. 

Presidente Lula durante instalação da Comissão Nacional do G20, no Palácio do Planalto 23/11/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino

Ainda mais diante das investidas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reforçar a proposta de “criar” o Sul Global e da recente ampliação do Brics. A partir de janeiro de 2024, o bloco contará com seis novos países, que se juntam a Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 

“A retomada do protagonismo internacional brasileiro traz maior expressividade para as vozes dos países periféricos e, quiçá, contribua para ampliar a margem de negociação dos países do Sul Global com os do Norte Global”.

Observatório de Política Externa e Inserção Internacional do Brasil (Opeb) da Universidade Federal do ABC, em artigo recente.

É a primeira vez que a chamada “troika” do G20 – composta pelo país que preside atualmente, o anterior e o próximo – é formada por nações em desenvolvimento. Assim, a agenda do G20 será decidida e implementada pelo governo brasileiro, com apoio da Índia, última ocupante da presidência, e da África do Sul, que assume o mandato em 2025. 

Ou seja, a janela de oportunidade para o Sul Global estará aberta por mais dois anos, com permanência garantida até lá. Vale lembrar que o termo vai além da dimensão territorial e inclui tanto países emergentes mais pobres quanto mais ricos, que têm em comum a ocupação e exploração por potências estrangeiras. 

Clima comum

A questão ambiental deve ser um dos poucos denominadores comuns entre os principais países – seja do Brics, do Sul Global ou desenvolvidos. O tema é central na 28º Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 28, iniciada nesta quinta-feira (30) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde acontece até o próximo dia 12.

Porém, ao assumir o papel de líder do G20 a partir deste mês sob o lema “Construindo um mundo mais justo e um planeta sustentável”, o Brasil realça a importância de uma ação coletiva para combater a crise climática. Aliás, o assunto tem sido recorrente em discursos oficiais do país em eventos internacionais. 

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília 01/11/2023 REUTERS/Adriano Machado/File Photo

Na Assembleia-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro, o presidente Lula ressaltou a necessidade de medidas práticas contra as mudanças climáticas, como a transição energética e a bioeconomia, enfatizando também a responsabilidade dos países ricos, em especial do G20, nesses problemas. 

Estimativas recentes apontam que, combinados, os países do G20 correspondem a aproximadamente 70% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE). Por isso, acordos de cooperação econômica internacional feitos em fóruns do grupo têm potencial significativo para ajudar a alcançar as metas previstas no Acordo de Paris.

Multilateralismo

Daí porque o Brasil também tem valorizado a ideia de multilateralismo. Segundo o Opeb, formado por docentes e discentes de graduação e pós-graduação em Relações Internacionais e áreas afins da UFABC, na visão de Lula, um mundo multipolar vai além da ONU e é “onde o poder e a influência são compartilhados entre várias nações”. 

Em evento na semana passada para a comissão nacional do G20, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou que é preciso recuperar o multilateralismo e a perspectiva de integração entre as nações. “Por uma nova globalização socioambiental”, disse, na ocasião.

Na avaliação de Haddad, o Brasil tem a oportunidade de pautar a economia mundial nos próximos 12 meses, atendendo aos interesses do Brasil, da América Latina e do Sul Global. “É a nossa chance de botar a mão na massa e usar essa oportunidade para avançar nossa visão de um mundo mais integrado”, destacou o ministro.

Essa visão do governo federal pode significar maior apoio ao projeto de reforma no Conselho de Segurança da ONU. Trata-se de uma demanda de longa data da diplomacia nacional, que visa a inclusão do Brasil como membro permanente com poder de veto. 

Ainda segundo o Observatório da Universidade Federal do ABC, a intenção do Brasil é tornar o CS das Nações Unidas “mais democrático, representativo e eficiente”, como forma de contornar falhas de atuação do órgão que carece de representação geográfica. 

Agenda

O mandato brasileiro no G20 começa a partir de 1º de dezembro de 2023 e vai até 30 de novembro de 2024. No período, o país deve organizar mais de 100 reuniões oficiais, que incluem cerca de 20 encontros ministeriais, 50 de alto nível e demais eventos paralelos.

As primeiras reuniões terão início já nos próximos dias, em Brasília, no Palácio do Itamaraty. Depois, somente em janeiro e fevereiro do ano que vem, serão realizadas 19 videoconferências do G20, discutindo textos que vão em seguida para reuniões ministeriais. 

A primeira grande reunião ministerial será a de chanceleres nos dias 21 e 22 de fevereiro no Rio de Janeiro. Mas o ponto alto da presidência brasileira no G20 será durante a 19ª Cúpula de chefes de Estado e governo, em 18 e 19 de novembro de 2024, também na capital fluminense, onde Lula receberá Joe Biden,Xi Jinping e outros líderes mundiais.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/negocios/nestle-projeta-mais-que-dobrar-os-investimentos-no-brasil-ate-2025/Thu, 30 Nov 2023 23:23:16 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542280Nestlé projeta mais que dobrar os investimentos no Brasil até 2025

O investimento da Nestlénomercado brasileiro até 2025 vai mais que dobrar. Segundo anúncio da companhia, entre este ano e os dois próximos, o negócio no Brasil vai receber um reforço de R$ 6 bilhões, o que equivale a um crescimento de 105% na comparação com o triênio anterior, de 2020 a 2022. 

Com o Brasil se consolidando como o terceiro maior mercado mundial da Nestlé, o dinheiro já tem destino certo: “novas tecnologias na indústria, expansão das unidades fabris, transformação do portfólio e avanço da agenda de sustentabilidade”, segundo o comunicado da empresa. Além disso, será construída uma nova unidade da Purina, marca de alimentos para animais, em Santa Catarina.

Fábrica de Caçapava (SP) da Nestlé (Foto: Divulgação)
Fábrica de Caçapava (SP) da Nestlé (Foto: Divulgação)

Questionada pelo bwin sobre a motivação e destinação dos investimentos, a empresa respondeu que as decisões foram baseadas em pesquisas de mercado que apontam para novos hábitos de consumo. 

“Por meio dessas pesquisas, temos acompanhado a diminuição no número de filhos nos lares, o envelhecimento da população e o aumento da presença de pets durante a pandemia e no pós pandemia. E com isso, evoluímos nosso portfólio com produtos que vão desde alimentos para nutrição infantil até opções indulgentes, suplementos para envelhecimento e também alimentos para animais de estimação.”

Nestlé, em nota ao INvestNews

A Nestlé tem três braços na área de levantamento e monitoramento de dados para ajustes de portfólio. Um deles é a área de Consumer and Market Insights (CMI), que segue uma abordagem orientada por pesquisas, estudos e dados públicos, incluindo iniciativas proprietárias. Há ainda o C.Lab, laboratório de pesquisas próprio focado em comportamentos dos consumidores e tendências de consumo, e a área de CES (Consumer Engagement Services), um canal de comunicação com os consumidores. 

Em julho, a empresa já havia anunciado que iria investir R$ 2,7 bilhões no Brasil até 2026 para ampliar e atualizar fábricas de biscoitos e chocolates no país.

Kopenhagen (Foto: Rafael Felix/Divulgação)
Kopenhagen (Foto: Rafael Felix/Divulgação)

O anúncio dos investimentos também vem poucos meses depois da aquisição do Grupo CRM, dono da Kopenhagen e Brasil Cacau, pela Nestlé. O negócio representa mais uma expansão nas áreas de atuação da empresa do que o fortalecimento em um mesmo segmento, conforme analisaram especialistas ouvidos pelo bwin. O CRM representaria, na verdade, o ingresso da Nestlé em um ramo de varejo de presentes.

Para onde vai o dinheiro 

Nos planos da Nestlé para os próximos anos, um dos destaques é a categoria de chocolates e biscoitos, com a implantação de linhas de produção, tecnologias e novos produtos. Para 2024, a Nestlé vai inaugurar uma nova linha de KitKat na fábrica de Caçapava (SP), onde já existe a maior produção do chocolate na América Latina, de acordo com a companhia. 

Mas os projetos ainda devem se expandir para além do triênio anunciado. “Até 2028, a expectativa é ampliar ainda mais o parque industrial, com um total de seis linhas exclusivas na unidade do interior paulista”, disse a Nestlé em comunicado. 

Enquanto isso, no mercado de animais de estimação, está planejada a construção da segunda fábrica de Purina no país, em Vargeão (SC). A primeira fica em Ribeirão Preto (SP). 

Fábrica da Nestlé na Suíça (Foto: Divulgação)
Fábrica da Nestlé (Foto: Divulgação)

Outros planos incluem a categoria de café, mirando em linhas mais sofisticadas. Ainda entre os projetos prioritários estão os aportes em transformação digital e indústria 4.0, com robôs e tecnologias com o objetivo de aumentar a produtividade. 

“Teremos mais um pico de investimentos, acelerando uma agenda de ESG, inovação e transformação digital que sustentam o crescimento contínuo da operação brasileira da Nestlé”, disse Marcelo Melchior, CEO da Nestlé Brasil, em nota.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/financas/novembro-azul-mes-termina-com-indices-em-alta-e-maior-apetite-por-risco/Thu, 30 Nov 2023 22:42:09 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=542194‘Novembro azul’: mês termina com índices em alta e maior apetite por risco

Depois de um outubro vermelho, os principais índices de ações listados na B3(Ibovespa,IDIV,BDRxeSmall Caps) mudaram de direção e aderiram ao “Novembro Azul”, em alusão alusão à campanha de conscientização de saúde que marca o mês. E esse rali acionário, puxado por uma retomada do apetite por risco, não foi uma exclusividade brasileira.  

Em novembro, o movimento local foi conduzido pela volta por cima das bolsas internacionais, em especial em Nova York, onde os principais índices do mercado registraram os maiores ganhos mensais do ano. 

Aliás, neste último pregão de novembro (30), o Dow Jones alcançou a máxima de 2023 durante a sessão, fechando o mês com valorização de 8,8%, no maior ganho mensal desde outubro de 2022. Já o S&P 500 teve alta de 8,9% em novembro, enquanto o Nasdaqsubiu pouco mais de 10%. 

Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) 19/03/2021 REUTERS/Brendan McDermid

Esses dois últimos tiveram o melhor desempenho mensal desde julho do ano passado. O comportamento do outro lado do Atlântico Norte não foi muito diferente. O índice pan-europeu Stoxx 600, que abrange as principais ações europeias, fechou no maior nível desde agosto e na melhor performance no mês desde janeiro. 

Por sua vez, o Ibovespacravou a maior valorização mensal em exatos três anos. Ou seja, a alta de 12,5% acumulada em novembro é a maior de 2023 e, desde novembro de 2020, quando avançou 15,9%, na ocasião, recuperando-se do impacto da pandemia nos mercados globais meses antes. 

Segundo o consultor independente Einar Rivero, desde 2000, em 13 oportunidades o Ibovespa teve rentabilidade positiva em novembro, enquanto em 11 ocasiões registrou variação negativa, sendo que o pior novembro ocorreu em 2000 (-10,63%), seguido por 2016 (-4,65%) e 2010 (-4,20%), completando as três maiores quedas.

Além disso, foi a primeira vez que o principal índice acionário da bolsa brasileira subiu mais de dois dígitos em um único mês neste ano. Junho deste foi o que passou mais perto disso, com ganhos de 9%. De lá para cá, os tombos foram maiores que as subidas. 

Isso porque, entre agosto e outubro, houve uma debandadadosinvestidores estrangeiros das ações brasileiras, encolhendo os ganhos do Ibovespa no ano até o mês passado para apenas 3%. Já neste mês, que ainda nem acabou, os gringos ingressaram com mais de R$ 18 bilhões na renda variável nacional. 

Os dados mais recentes, que se referem ao encerramento da semana passada, mostram uma sequência de 12 dias seguidos de entrada de recursos. Esses aportes externos elevaram o superávit dessa conta no ano para quase R$ 25 bilhões. 

Da aversão ao apetite

Não é por acaso, então, que boa parte da alta acumulada pelo Ibovespa em 2023, que ultrapassa 15%, representa apenas os números de novembro, que içou o índice acionário ao maior patamar desde meados de 2021. Afinal, o que aconteceu no mês para uma guinada tão brusca dos ativos de risco, engatando uma recuperação global?

“No mês de novembro, tivemos melhores condições globais” –

Apolo Duarte, sócio e head da mesa de renda variável da AVG Capital.

Segundo Duarte, o destaque ficou com os Estados Unidos, onde se viu dados econômicos melhores do que o esperado durante todo o mês, tanto de inflaçãoquanto de emprego. “Isso acabou mudando um pouco o tom de alguns membros do Federal Reserve, o que também contribuiu para a queda da taxa de juros de longo prazo nos EUA”, explica.

Vale lembrar que em agosto o rendimento (yield) do título americano de 10 anos (T-note) iniciou uma disparada, atingindo os maiores níveis desde antes da crise de 2008, o que provocou uma aversão por risco generalizada. Como resultado, o bônus de referência global chegou a testar a marca simbólica de 5% em outubro. 

Depois, porém, esse movimento arrefeceu, com o papel de 10 anos voltando aos menores níveis em dois meses. Isso porque o mercado de títulos nos EUA (Treasuries) começou a apostar em cortes nos juros pelo Fed já para o início do ano que vem. 

“E isso trouxe um apetite a risco muito maior em escala global. Em Wall Street, houve melhora e, consequentemente, isso vem para países emergentes também”, emenda o head da mesa de renda variável da AVG Capital.

Ele acrescenta que, apesar da questão fiscal ainda trazer certa cautela, o cenário no Brasil também joga a favor, em meio à queda da taxa Selic, mesmo que paulatinamente. 

Correlação suspeita

Portanto, nos últimos quatro meses, foi o salto das Treasuries que pesou sobre as ações globais, ao passo que o alívio visto neste mês impulsionou as bolsas pelo mundo. A dúvida, então, é se essa correlação entre os bônus dos EUA e os índices acionários veio para ficar – ou ao menos até o fim do ano, garantindo um presente de Natal aos investidores. 

Para Duarte, a resposta é sim. “Em princípio, esse rali pode continuar também em dezembro porque os elementos positivos podem continuar atraindo fluxo”, explica. Ou seja, o apetite por ativos mais arriscados tende a ter continuidade desde que sejam mantidas as condições macroeconômicas atuais, tanto aqui quanto lá fora.

Aliás, o bitcoin (BTC) aparece como a melhor aplicação em novembro, atrás apenas de índices de ações. Ainda assim, a alta de 9,00% da criptomoeda superou a do BDRx, composto por recibos de ações de empresas estrangeiras (+6,46%). Na lanterna, ficou o ouro, com queda de 2,85%, seguido pelo dólar (-2,41%), considerando-se a cotação do Banco Central (Ptax).

Porém, a própria animação do mercado devido à queda nos rendimentos de longo prazo nos EUA pode ter um efeito perverso. Afinal, quanto menor a remuneração para se manter dinheiro parado no ativo considerado o mais isento de risco no mundo, mais recursos ficam disponíveis na economia, estimulando o consumo e, de quebra, a inflação. 

Em outras palavras, maior pode ser a necessidade do Fed fazer aquilo que hesita, mas não descarta: subir os juros dos EUA novamente. Isso porque com taxas de juros mais baixas no mercado de bônus, fica cada vez mais improvável o custo de vida do cidadão americano esfriar o necessário para o Fed começar a cortar os juros – ou mesmo parar de subir.

“Reduzir os rendimentos dos bônus em antecipação ao fim do ciclo de aperto pelo Fed é uma estratégia autodestrutiva”

Michael Every, estrategista global do Rabobank, em relatório.

Para o especialista, o Fed não está apenas dependente dos dados econômicos, mas também do mercado. “Ou seja, se os rendimentos dos títulos dos EUA subirem, o Fed não terá de subir os juros. Mas se os yields caírem na visão de que o Fed não irá apertar mais; então, ironicamente, terá de fazê-lo”, explica Every, do Rabobank.

]]>
bwin - Feedhttps://www.tangerangcorner.com/negocios/apos-braskem-anunciar-fim-de-pagamentos-em-2024-maceio-aponta-risco-em-mina/Thu, 30 Nov 2023 14:53:08 0000https://www.tangerangcorner.com/?p=541968Após Braskem anunciar fim de pagamentos em 2024, Maceió aponta risco em mina

Um dia depois de a Braskem(BRKM5) afirmar ao mercado que pretende concluir em 2024 as compensações pelos danos em Maceió, a Defesa Civil da capital de Alagoas anunciou que há um “um risco iminente de colapso” de uma antiga mina de sal-gema da petroquímica, em uma área já desocupada. As atividades no entorno do local foram interrompidas.

O caso se refere ao afundamento do solo de 5 bairros em Maceió a partir de 2018, fruto da exploração de sal-gema pela Braskem ao longo das últimas décadas antes de a atividade ser paralisada em 2019. A região teve que ser desocupada e os moradores que deixaram suas casas, indenizados, em um processo que ainda está em curso. 

Área atingida por afundamento de solo em Maceió após exploração de sal na região pela Braskem (Foto: Arquivo/Prefeitura de Maceió)
Área atingida por afundamento de solo em Maceió após exploração de sal na região pela Braskem (Foto: Arquivo/Prefeitura de Maceió)

Na terça-feira (28), o vice-presidente financeiro da Braskem, Pedro Freitas, disse em uma apresentação a analistas que a companhia espera concluir no início de 2024 as ações do plano de realocação e compensação de moradores atingidos. 

“No início do ano que vem, devemos concluir o PCF definitivamente”, afirmou o executivo, em referência ao “Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação” criado pela empresa. Foram provisionados R$ 5,7 bilhõesao programa, dos quais a Braskem já desembolsou R$ 4,4 bilhões.

O impacto financeiro do caso para a Braskem até agora, no entanto, é maior que esse. O total provisionado para os eventos relacionados ao afundamento do solo de Maceió é de R$ 14,4 bilhões, incluindo além do PCF ações como o fechamento de poços de mineração de sal e sócio-urbanísticas. Do total reservado no orçamento da companhia, R$ 9,2 bilhões de reais já foram desembolsados, segundo Freitas.

Novo risco

Foi na quarta-feira (29) que a Defesa Civil de Maceió disse que há “um risco iminente de colapso” de uma antiga mina de sal-gema da petroquímica Braskem, em uma área já desocupada. O órgão afirmou, em nota, que o quadro no local se agravou após sismos se intensificarem.

“Estudos mostram que há risco iminente de colapso em uma das minas monitoradas”, disse a Defesa Civil, recomendando que embarcações e a população evitem transitar na região. 

Área atingida por afundamento de solo em Maceió após exploração de sal na região pela Braskem (Foto: Arquivo/Prefeitura de Maceió)

A Braskem afirmou, em nota, que “em decorrência do registro de microssismos e movimentações de solo atípicas pelo sistema de monitoramento, paralisou suas atividades na área de resguardo“. A área de resguardo é uma zona de segurança em torno de poços com problemas de estabilidade na região.

A Braskem disse ainda que a área “foi isolada preventivamente e em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil.”

Mercado de olho

Mesmo após a nova informação da Defesa Civil, a ação BRKM5 operava em alta na manhã desta quinta-feira (30), mais à tarde virou para queda.

O papel caminha para fechar a semana no azul, após analistas do UBS BB elevarem na quarta-feira (29) a recomendação de “venda” para “neutra”, citando que há um espaço limitado para a queda após o desempenho recente dos papéis, além de expectativa de recuperação dos spreads petroquímicos. 

Mas, apesar da melhora na recomendação, o UBS aponta que o caso de Maceió ainda representa um fator de risco. “Acreditamos que ainda restam grandes desafios, como o passivo de Alagoas e os riscos da CPI do Senado”, disseram o analista Luiz Carvalho e equipe em relatório. 

No dia 24 de outubro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, leu em Plenário o requerimento que pede a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar os danos ambientais causados em Maceió pela Braskem. Com a leitura, os partidos já podem indicar representantes e a CPI pode ser instalada.

O senador Renan Calheiros foi o autor do pedido de instalação da CPI da Braskem (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
O senador Renan Calheiros foi o autor do pedido de instalação da CPI da Braskem (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

O requerimento foi apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). “Não obstante a realização de acordos judiciais com os moradores, há um desconhecido passivo decorrente das necessárias medidas de preservação do patrimônio ambiental e histórico de Maceió”, disse ele no requerimento.

O senador cita ainda o fato de “recentemente o município ter assinado acordo com a empresa para a reparação dos danos urbanísticos no valor de R$ 1,7 bilhão, que não estavam previstos anteriormente”.

“Somam-se ao passivo a perda de arrecadação tributária estadual, novos riscos, ações judiciais individuais em trâmite e a demanda por infraestrutura metropolitana”.

senador Renan Calheiros em requerimento de CPI

Calheiros foi presidente da Salgema, uma antecessora da Braskem, entre 1993 e 1994.

Em relatório também nesta semana, analistas do BTG apontaram que, “no longo prazo, a BRKM ainda vê potencial para um maior crescimento”, mas também citaram a situação em Maceió como um ponto de atenção. “Não descartamos a possibilidade de novas provisões provenientes de Alagoas, atualmente em R$ 5,6 bilhões, embora os riscos sejam menores do que antes.”

Tanque em unidade de produção de cloro-soda da petroquímica Braskem em Maceió 30/01/2020 REUTERS/Amanda Perobelli

Gustavo Mizrahi, sócio do escritório Vieites Mizrahi Rei Advogados, reforça que a notificação da Defesa Civil resulta num alerta sobre “possível risco ambiental na região”, o que “adiciona incerteza quanto à magnitude da contingência“.

Nesse cenário, Dierson Richetti, especialista em mercado de capitais e sócio da GT CAPITAL, cita o aumento das incertezas em torno das consequências do incidente para a Braskem, “pois novamente não se sabe os impactos que esses abalos podem ocasionar na região”.

“Por mais que a região já esteja desocupada, as áreas no entorno ainda têm moradores. E, quando há um desmoronamento ou colapso de estruturas, a gente não tem ainda a noção de até que ponto isso pode afetar é a infraestrutura da região”

Dierson Richetti, especialista em mercado de capitais e sócio da GT CAPITAL

O especialista diz ainda que o risco ambiental “também impacta diretamente na questão da possível venda da companhia, porque não se sabe o quanto ainda terá que se gastar em virtude deste problema”.

Mas Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, acredita, por sua vez, que “quando falamos de impacto no mercado financeiro, boa parte do risco já está ‘precificado’ devido ao histórico de problemas relacionados à atividade”.

Ele afirma que desdobramentos de um possível novo desastre ambiental “poderiam ter impacto negativo no caixa da empresa, mas se olharmos para a reação do mercado hoje, percebemos que os investidores não acreditam em um impacto tão negativo”.

De qualquer forma, o caso é um dos motivos para que analistas de algumas casas não recomendem a compra da ação, como é o caso da Nord. Em relatório nesta semana, os analistas destacaram que “a operação é foco de ajuste da companhia há anos”. 

No entanto, essa percepção não é unânime. Segundo levantamento feito pela ferramenta Valor Pro com 11 casas, 6 têm recomendação neutra para BRKM5, como Safra. Já outras 5 recomendam compra, como Ágora, BB Investimentos e XP. 

( * com informações da Reuters e Agência Senado)

]]>
bwin Mapa do site

1234